Força-tarefa para fiscalizar clínicas é solicitação do MP, diz Prefeitura

 

 

Rafael Camargos  

Logo após o presidente do projeto social “Quero Viver”,  pastor Wilson Fernandes Botelho, criticar os resultados da força-tarefa instaurada pela Vigilância Sanitária, que fechou oito casas de recuperação de dependentes químicos em Divinópolis, a Prefeitura convocou uma entrevista coletiva para a tarde de segunda-feira, 18, para apresentar os resultados da fiscalização e ainda esclarecer como surgiu a demanda para realizar as operações.  
A intenção é mostrar que não se trata de uma ação exclusiva da Vigilância Sanitária, e sim uma solicitação do Ministério Público. 

Durante o discurso na Tribuna Livre da Câmara, na última quinta-feira, 14, o pastor criticou o fechamento das casas de apoio e os investimentos em cultura com o objetivo de ajudar os dependentes a deixarem o vício. 

O pastor ainda pediu para que os vereadores fiscalizassem o Centro de Atenção Prisional (Caps AD), mantido pela Prefeitura.  

De acordo com ele, cada recuperando custa aos cofres públicos R$ 10 mil mensais. Ele explica que em um dos centros de recuperação interditados viviam 30 pessoas que tinham café da manhã, almoço e janta e eram abrigados. 

 Clínicas fechadas 

 A oitava clínica de recuperação foi fechada, há duas semanas. No local havia 17 internos. Desde agosto, já são oito comunidades terapêuticas com suas atividades encerradas no município. A Secretaria Adjunta Sobre Drogas e Direitos Humanos, Conselho Tutelar, Conselho Municipal Antidrogas e Polícia Militar (PM), além do Ministério Público, foram a força-tarefa nas fiscalizações.  

Ao todo, já foram vistoriadas dez comunidades terapêuticas. Apenas duas receberam a liberação para continuarem com o trabalho e as outras oito tiveram suas as atividades suspensas. 

 Mudanças 
 
O Governo Federal deve aumentar em mais de 150%, a partir do ano que vem o repasse de verba a comunidades terapêuticas que prestam atendimento a estes dependentes. 

Essas entidades, de natureza privada, baseiam seus tratamentos em abstinência das drogas e práticas espirituais.  

O valor passará dos atuais R$ 48 milhões destinados pela União para mais de R$ 120 milhões, e abrangerá também um aumento das atuais 4 para 16 mil vagas disponíveis. 

Além de receberem mais vagas e investimentos, as comunidades passarão a integrar a Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), conforme resolução anunciada pelo Ministério da Saúde na última quinta quinta-feira.  

A rede é formada hoje por unidades como os Centros de Atenção Psicossocial (Caps), que têm modelo totalmente oposto ao das comunidades no tratamento de dependência química. 

A mudança integra um conjunto de novidades na Política Nacional de Saúde Mental apresentadas na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). 

 

 

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