Força-tarefa articula para salvar a unidade

Ricardo Welbert

Após uma semana tensa devido a rumores de que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Divinópolis seria fechada, a Prefeitura e a Câmara se unem e já têm compromissos marcados com o objetivo de conseguir recursos que ajudem o órgão a superar a crise.  

O vice-prefeito Rinaldo Valério (PV) anunciou ontem que tem uma reunião marcada para 16 de outubro com o secretário de Estado de Saúde, Sávio Souza Cruz, para cobrar pessoalmente as 13 parcelas de R$ 125 mil que o governo mineiro deve à Unidade de Pronto Atendimento.  

— Esse montante seria suficiente para saldar os atrasados existentes hoje com a organização social que gere a UPA — frisou o vice-prefeito, em referência à Santa Casa de Formiga. 

Ainda segundo Valério, a maior parte dos problemas enfrentados na saúde é causada pelo Estado.  

— Além do repasse da UPA, queremos mostrar ao governo mineiro a necessidade de uma atuação junto aos reguladores do serviço de encaminhamento e internação — explicou. 

Muitas cidades estão com seus hospitais com capacidade ociosa, enquanto a UPA de Divinópolis está sobrecarregada. 

— Casos mais simples poderiam ser atendidos nesses locais. Além de aumentar o número de usuários, eleva o custo da unidade — disse. 

Câmara 

  Por parte do Legislativo, o vereador Renato Ferreira (PSDB), presidente da Comissão de Saúde da Câmara, esteve ontem à tarde em Belo Horizonte para protocolar dois ofícios sobre a crise na saúde pública em Divinópolis. 

Foi anexada documentação referente à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e ao Hospital Público Regional com relação à dívida do Estado com o Município, além do quadro de cirurgias eletivas até a presente data. 

Segundo Renato, o objetivo foi protocolar a papelada na Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado estadual Carlos Pimenta (PDT). Ele também protocolou cópia na Secretaria de Estado de Saúde e no gabinete do governador Fernando Pimentel (PT). 

— A iniciativa se fez necessária devido ao estado de calamidade em que a saúde municipal se encontra. Não podemos assistir a essa situação e não fazer nada. Queremos que os gestores responsáveis encontrem o quanto antes o caminho e a real garantia de vida para a população divinopolitana — disse Renato. 

O documento tem assinaturas dos vereadores Adair Otaviano (PMDB), Ademir Silva (PSD), Janete Aparecida (PSD), Cleitinho Azevedo (PPS), Nêgo do Buriti (PEN), Josafá Anderson (PPS), Dr. Delano (PMDB), Roger Viegas (Pros), Eduardo Print Jr (SDD), Raimundo Nonato (PDT), Sargento Elton (PEN), Zé Luiz da Farmácia (PMN), Edson Sousa (PMDB) e César Tarzan (PP). 

 Efeito dominó  

Os repasses atrasados giram perto dos R$ 10 milhões. Por causa do atraso, o Município não tem conseguido arcar com seus compromissos com a Santa Casa de Formiga, gestora da unidade de saúde e hoje salários de médicos e outros profissionais encontram-se atrasados há quase três meses. 

Além disso, materiais de trabalho na UPA estão acabando e não existem recursos para repor os estoques. Segundo as denúncias recebidas por vereadores, já estariam faltando álcool gel, algodão, gaze e outros. 

Procurada pelo Agora, a Santa Casa de Formiga não respondeu.

 

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