Força criadora

Elismar José Alves

Continuando minhas reflexões sobre os doze trabalhos de Hércules, hoje abordarei sobre o sétimo trabalho do herói na Mitologia Grega, que teve como tarefa a de capturar o terrível Touro de Creta.

Conta-se que Minos, o rei de Creta, prometeu sacrificar para Poseidon, divindade suprema do Mar, tudo quanto de especial saísse do mar. O deus fez surgir das águas um esplêndido touro. Encantado com a beleza do animal o rei de Creta mandou integrá-lo ao seu rebanho e sacrificou outro touro. Poseidon, irritado com isso, fez enfurecer o touro, que até então era manso. O touro transformou-se num monstro furioso e saiu pela ilha devastando tudo à sua frente.

Coube a Hércules, por ordem de Euristeu, rei de Tirinto e Micenas, que segundo a Mitologia Grega foi encarregado pelo Oráculo de Delfos de exigir de Hércules os 12 trabalhos, sendo este o sétimo trabalho, que seria o de exatamente capturar o terrível touro e levá-lo vivo para Micenas, por mar.

Sendo assim, o herói cumpriu a missão, dominando o touro, segurando o monstro pelos chifres e montado sobre seu dorso, levando-o para Micenas.  Alguns autores dizem que Euristeu, assustado, mandou seus homens levarem o animal para montanhas mais longes do palácio, outros dizem que ele o ofereceu à poderosa Hera, Deusa da Maternidade, mas como esta não queria nada que viesse de Hércules, mandou soltá-lo.

Filosoficamente, o touro representaria o poder do arrebatamento irresistível. É o “macho impetuoso” como o terrível Minotauro, guardião do labirinto.

Representará a força criadora e abundante que fertiliza a terra. O motor impulsionador de todo nascimento, sendo o suporte do mundo manifestado. Entretanto, esta força deverá sempre estar a serviço da razão e da sabedoria. Caso contrário, ela se torna violenta e destruidora.

Sabemos que o homem trás consigo muito poder de realização e poderá realizar feitos muito positivos para a humanidade, como também aberrações reprováveis. Fato que me faz lembrar o filósofo alemão Emmanuel Kant (1724) quando diz: “A boa vontade é a única que pode ser considerada boa sem restrições. A intuição, o gracejo, o juízo, ou como queiram chamar aos talentos do espírito, podem chegar a ser erniciosos se a vontade não for boa.

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