Fogo sim! Água não...

João Carlos Ramos 

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) ostenta um nome belíssimo, mas é preciso arrancar sua máscara e mostrar ao povo a realidade.

Existe tudo, menos água. Me refiro aos sempre desprotegidos pela classe política, de educação limitada, que não pecam, mas cooperam com as mazelas  com as quais convivemos diariamente. Votam errado sempre e, por isso, o fogo do ódio é aceso por aqueles desequilibrados que pioram acentuadamente a situação, produzindo as terríveis queimadas nos inocentes lotes e pastos. Todos pagam por isso. A vingança é vã e fora de hora. Por um lado, a Copasa explica que há muita água, o povo é que desperdiça, e o povo diz que há "muito ar e não água", e a Copasa lucra muito mais com a falta d'água.

Pagam muito, pois a conta sempre vem muito alta e com ameaças de cortes... Existem famílias em bairros mais distantes que afirmam ficar até uma semana sem  banho, dependendo de outros miseráveis que revezam o sofrimento. Em minha cidade, Divinópolis, cujo nome também é lindo, o demônio faz festa, em lugar de Deus, com a falta d'água e com os pastos e vários lotes em chamas. Todos podem acompanhar os noticiários diários, pois parece que o deplorável imperador Nero possui discípulos acirrados, principalmente em Divinópolis, a exemplo de vários países que ardem em chamas... Na Califórnia (um dos 50 estados dos EUA, que se estende da fronteira mexicana ao longo da costa do Pacífico  por quase 1.500 quilômetros) o fogo arde sem piedade e não existem explicações plausíveis, pois, a meu ver, a mão do homem cruel está por trás das queimadas, se aliando às queimadas de ordem natural. Todo mal possui escolas e minha cidade parece aluno precoce em aprendizagem. Nero, Copasa e políticos atuais são farinha do mesmo saco, pois o povo padece, grita, geme, morre e ninguém socorre.

A pandemia da covid-19 trouxe a necessidade de cuidados especiais no tocante à conservação da natureza, principalmente o ar que respiramos. Quase todos usando máscaras, exceto os que se julgam inatingíveis. Álcool em gel se tornou fonte inesgotável de lucro, pois todos precisam dele, diariamente. Para que piorar a situação, colocando fogo em tudo? Há consolo no poema “A FLOR E A NÁUSEA”, de Carlos Drummond de Andrade: "(...) Vomitar esse tédio sobre a cidade.

Quarenta anos e nenhum problema resolvido, sequer colocado. Nenhuma carta escrita nem recebida. Todos os homens voltam para casa. Estão menos livres, mas levam jornais e soletram o mundo, sabendo que o perdem. Crimes da terra, como perdoá-los?".

FOGO SIM! ÁGUA NÃO... Minha cidade, Divinópolis, não merece isso!

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