Fhemig alerta para risco de queimaduras com álcool em ambiente doméstico

Da Agência Minas

Diante da pandemia do coronavírus, as pessoas têm recorrido ao álcool em gel para higienização das mãos e de superfícies. Como o produto tem se esgotado nas prateleiras, a Câmara dos Deputados aprovou recentemente uma proposta de decreto que autoriza, por 90 dias, a comercialização de álcool etílico hidratado na graduação de 70% em embalagens maiores. A proposta ainda irá para aprovação do Senado.

Fato é que o uso doméstico de álcool – principalmente o líquido – exige muita precaução, especialmente durante o período de isolamento social recomendado pelos órgãos de Saúde, em que algumas famílias estão em casa o dia inteiro. Todo cuidado é pouco, sobretudo com as crianças, já que a utilização do produto está mais frequente em ambiente domiciliar.

Esta, inclusive, tem sido uma preocupação frequente da equipe da Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) do Hospital João XXIII – um dos centros de referência no país para esse tipo de atendimento.  De acordo com a coordenadora do serviço, Kelly Danielle de Araújo, o risco de explosões é potencializado com o uso e o armazenamento de álcool em em casa.

“As queimaduras por fogo costumam ser as mais profundas e, por isso, as mais graves. Há, ainda, o perigo da inalação de fumaça e, por consequência, a queimadura de vias aéreas. Por isso, não recomendamos o uso de álcool para higienização da casa, tampouco para assepsia de mãos em ambiente doméstico”, ressalta Kelly.

Para realizar a limpeza comum dentro do lar, o produto mais recomendado é o hipoclorito de sódio (água sanitária) na concentração de 2,0% a 2,5%. A diluição ideal é de 1 copo (200 ml) de água sanitária para 5 litros de água. O enxágue deve ocorrer após 10 minutos.

Já para assepsia das mãos, quem está em casa deve priorizar lavá-las com água e sabão, friccionando palmas, dorso, dedos e unhas por pelo menos 20 segundos antes de enxaguar. “O álcool em gel é uma medida de higienização apenas para quem está na rua e não tem água e sabão disponíveis", reforça a médica.

No último ano, a UTQ do Hospital João XXIII realizou mais de 2 mil atendimentos a queimados, sendo a grande maioria (1.304) queimaduras causadas por líquidos quentes. Com as crianças em casa, a precaução deve ser aumentada para se evitar esse tipo de acidente.

“Pedimos aos pais que tomem bastante cuidado com panelas quentes, não as deixando na beirada do fogão e sempre com os cabos virados para o fundo”, orienta a coordenadora da Unidade de Tratamento de Queimados. 

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