Fernando Pimentel critica política de preços de combustível pelo governo federal

Da Agência Minas

O governador Fernando Pimentel participou na noite de ontem, 24, na Sala Minas Gerais, em Belo Horizonte, do Dia da Indústria 2018. Promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a solenidade marcou a transmissão do mandato de Olavo Machado Júnior para o presidente eleito, Flávio Roscoe. O evento também homenageou 17 empresários de destaque. Também foram condecorados o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, com o Grande Colar do Mérito Industrial, e Otávio Viegas, presidente da VMI Tecnologias, escolhido o Industrial do Ano.

Fernando Pimentel saudou os homenageados ao lembrar que eles se “destacaram ao longo do último ano pelo seu dinamismo, capacidade de trabalho e por seu talento empreendedor”.

— São esses guerreiros, a exemplo de outros milhares de mineiros e mineiras, que se dedicam à nossa atividade industrial, que empurram para frente a nossa economia e, não sem sacrifícios, fazem do seu trabalho a força motriz da produção do nosso Estado — afirmou.

Aproveitando a presença do presidente Michel Temer, o governador Fernando Pimentel criticou a política de preços de combustível praticada pela Petrobras que, segundo ele, é a raiz do problema que causou a greve dos caminhoneiros, com “perdas enormes na produção, na indústria e comércio, com riscos eminentes para o abastecimento alimentar, para o atendimento médico, para a segurança pública”.

— Há de convir, Vossa Excelência presidente Temer, que o aumento do preço dos combustíveis em mais de 50% em um período  inferior a 12 meses é absolutamente incompatível com o nível de preços em geral da economia, nesse estágio em que a inflação mal alcança 3%. A alegada correção de práticas passadas não pode, e nem deve, ser suporte para uma política de preços tão descolada da realidade como esta hoje, infelizmente assumida pela Petrobras — criticou.

Fernando Pimentel ainda classificou como “equivocada” a política de preços da estatal.

— A recente reação do presidente da estatal do petróleo que, aliás, muito me surpreendeu porque se trata de um técnico competente e respeitado, ao dizer que seria inaceitável qualquer mudança nessa política - visivelmente equivocada - desrespeita não só a hierarquia, posto que o Presidente da República é o senhor, e não ele, mas principalmente a lógica econômica dos empresários e dos trabalhadores. Afinal, nós não somos os Estados Unidos da América, não emitimos dólar, não dispomos do mesmo nível de renda e, muito menos, da hegemonia econômica daquele país. Nesse quesito de preço de petróleo, adotar o modelo norte-americano na nossa terra tropical é um contrassenso semelhante a usar tanga no Polo Norte ou casaco de pele no Saara — afirmou.

Por fim, o governador disse que corrigir essa distorção é atribuição "incontornável, inescapável e indivisível" do governo federal e pediu que a solução a ser encontrada seja “compatível com os anseios de toda a população”.

— E reafirmo agora nossa mais integral solidariedade ao povo brasileiro, esse sim, o maior sacrificado por esse quadro de paralisia econômica e desagregação social que a gente vive hoje no Brasil — afirmou.

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