Fashion Business

 

BLOCO DE MODA

Wagner Penna

 FASHION BUSINESS

  Os desdobramentos da moda como ativo no jogo de fusões, associações e monetização via compra/venda de ações estimulam as análises sobre o poder de fogo dessa indústria – até aqui considerada por muitos como algo de segundo plano na cadeia produtiva & varejo.

   Embora na cena internacional o peso da moda como geradora de empregos e riqueza já seja reconhecido, por aqui números altos em relação ao faturamento da moda ainda são desconhecidos do grande público. 

 E não são poucos cifrões. Um levantamento rápido sobre o assunto em relação ao ano de 2020 (mesmo com pandemia e suas consequências) colocou a Renner com o melhor faturamento no setor – cerca de R$ 6,6 bilhões. Em seguida vem a Guararapes (leia-se Riachuelo) com R$ 4,3 bilhões, depois a C&A com R$ 4,08 bilhões, a Marisa com R$ 2,1 bilhões, o Grupo Arezzo com R$ 1,6 bilhões, a Restoque (marcas Les Lis Blanc, Dudalina, Rosa Chá – entre outras) com R$ 598 milhões, e o grupo Inbrands (dona de marcas como Ellus, 2º. Floor, Richards e outras) com R$ 300 milhões. 

Vale destacar o faturamento do grupo Soma (Farm, Animale, Maria Filó, A.Brand e outras marcas), com R$ 1,2 bilhão, e da Hering, com R$ 1,07 bilhão, recentemente unidos, cuja posição ficaria em 4º lugar se somados os dois valores.

   Mesmo que ainda não exista algo como o grupo dono da francesa Louis Vuitton (que, apenas no primeiro trimestre deste ano, faturou 14 bilhões de euros – ou algo em torno de R$ 80 bilhões), a movimentação sinaliza o  novo perfil do circuito fashion verde-amarelo.

 

VAIVÉM

  • A estilista Ann Roth ganhou o Oscar deste ano no setor de melhor figurino, pelo filme “A Voz Suprema do Blues”, aos 89 anos. O fato é marcante, mas indica que a criatividade da moda não tem idade. Além dela, há casos conhecidos de quem trabalhou  criando coleções até o fim como Chanel  (fazendo coleções aos 90 anos), Pierre Cardin (aos 90 e tantos), Karl Lagerfeld (aos 85).



  • O estilista Alber Albaz (origem libanesa mas atuando na França há anos) foi levado pela covid-19 na semana passada, aos 59 anos. Sua última coleção, realizada após uma reciclagem de sua vida profissional e também pessoal, foi considerada a melhor da temporada passada por muitos analistas. Era um dos últimos românticos da moda, valorizando acima de tudo a beleza feminina.

 

  • PONTO FINAL  Chamada de  “PL do Veneno” pela turma fashionista ligada à sustentabilidade (vale dizer, quase 100% da turma) uma lei que flexibiliza o uso de agrotóxicos está para ser votada e deixando o pessoal da moda assustado. Na contrapartida, a Embrapa anunciou pesquisa com biopesticidas  para eliminar três doenças cruciais no cultivo algodoeiro – de onde saem os fios para os tecidos. Isso quer dizer que a produção ficará mais barata, o fio menos caro e mais acessível para a indústria têxtil.

 

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Modelo invernal da Hering

Foto/Reprodução

 

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