Falta de vacina deixa bebês vulneráveis

Maria Tereza Oliveira

Meningite, tétano acidental, difteria, coqueluche e hepatite B. Essas são as doenças que a vacina pentavalente cobre. No entanto, para os pais que não têm R$ 250 para desembolsar – por dose –, a imunidade dos filhos está comprometida. A vacina está sem estoque em todo o país desde julho passado, quando o Ministério da Saúde reprovou um lote importado de doses.

Diante desse cenário, a Prefeitura de Divinópolis orientou que os pais das crianças que não receberam a dose aguardem até que o estoque seja normalizado. A expectativa do governo federal é de que as unidades de saúde pública sejam abastecidas até o fim deste mês.

Problema no lote

Há seis meses o país enfrenta a escassez de doses da pentavalente, mas foi em novembro que a situação ficou mais crítica. No país, mensalmente, são distribuídas cerca de 800 mil doses da vacina. Porém, no penúltimo mês do ano, nenhuma foi enviada aos estados.

Segundo o Ministério da Saúde, a imunização teria sido adquirida da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), no entanto, as doses foram reprovadas em testes de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) e análise da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Além disso, conforme alega o ministério, não há disponibilidade da pentavalente no mundo, e o Brasil adquire a dose da Opas, uma vez que não existe laboratório produtor no país.

Outro agravante para a defasagem está no aumento da demanda da pentavalente. De acordo com a Opas, vários países acrescentaram a imunização nos programas de vacinação. Porém, o governo prometeu que, assim que receber um lote que não for reprovado em testes, vai distribuí-lo aos estados.

Quando os estoques forem normalizados, o Sistema Único de Saúde (SUS) fará uma busca ativa pelas crianças que completaram dois, quatro ou seis meses de idade entre agosto e novembro para vaciná-las.

Dose pesada no bolso

Quem não conseguir a dose em uma unidade pública pode procurar a rede particular. No entanto, o valor da dose é salgado e chega a R$ 250. Como são necessárias três doses, fora os reforços, os pais terão que desembolsar R$ 750 para imunizar os filhos.

No entanto, a pentavalente deve estar de volta às unidades de saúde pública ainda neste mês e a situação deve se normalizar.

De acordo com a Prefeitura, o quadro de Divinópolis é o mesmo do restante do país: estoque vazio.

— Infelizmente, a situação é a mesma em Divinópolis. Há falta da vacina, que é fornecida pelo governo federal. Os pais devem estar atentos às unidades para conseguirem vacinar os filhos. Porém, quando o estoque voltar a ser reabastecido, vamos informar — esclareceu.

Pentavalente

A dose é a combinação de cinco vacinas numa só. O objetivo é proteger as pessoas contra múltiplas doenças ao mesmo tempo. Desde 2012, o Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, oferta a vacina pentavalente na rotina do Calendário Nacional de Vacinação.

As crianças devem tomar três doses da imunização: aos dois, quatro e seis meses de vida. Os reforços ou complementações em crianças a partir de um ano são realizados com a vacina adsorvida difteria, tétano e pertússis (DTP). 

A vacina pentavalente garante a proteção contra a difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e contra a bactéria Haemophilus influenza tipo B, responsável por infecções no nariz, meninge e na garganta.

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