Falta de fitas em Divinópolis põe saúde de diabéticos em risco

Prefeitura atribui responsabilidade ao Estado, que diz ter superado teto

Rafael Camargos

Com aproximadamente 13 mil diabéticos, Divinópolis enfrenta dificuldade para distribuir fitas usadas na medição de glicemia aos diabéticos e 4.362 portadores do diabetes que são cadastrados na Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). De acordo com o órgão, a cidade está com o estoque zerado, assim como ocorre em outras cidades da região e do estado.

A reportagem do Agora esteve ontem à tarde de ontem a na Farmácia Municipal, no Centro. Uma atendente, que não quis se identificar, informou que o estoque de fitas não tem sido reposto. Segundo a Prefeitura, o estado é responsável por fornecer o produto.

A Superintendência Regional de Saúde (SRS), órgão estadual, confirmou a responsabilidade e disse que o Governo de Minas repassa as fitas aos municípios de acordo com o limite de teto financeiro pactuado. Ainda segundo ele, Divinópolis já recebeu todo o quantitativo solicitado para o primeiro semestre de 2017.

Caso o Município deseje um quantitativo superior ao pactuado com o Estado, esse quantitativo deverá ser providenciado pelo governo municipal.

A fita está disponível em farmácias. Porém, custa de R$ 70 a R$ 149 e muita gente não tem condições de comprar.

Diabetes


O diabetes é uma doença crônica na qual o corpo não produz insulina ou não consegue empregar adequadamente a insulina que produz. O hormônio controla a quantidade de glicose no sangue.

O corpo precisa desse hormônio para utilizar a glicose, que obtemos por meio dos alimentos, como fonte de energia. Quando a pessoa tem diabetes, no entanto, o organismo não fabrica insulina e não consegue utilizar a glicose adequadamente.

O nível de glicose no sangue fica alto, gerando a hiperglicemia. Se esse quadro permanecer por longos períodos, poderá haver danos em órgãos, vasos sanguíneos e nervos.

De acordo com a enfermeira Fernanda Caroline Madeira, pessoas que têm tendência à doença por fatores hereditários devem ter um pouco mais de atenção e realizar o exame.

— Uma vez alterado, a gente encaminha o paciente para o profissional adequado para fazer o rastreio da doença, porque quando descoberto o diabetes, sabemos que a doença não tem cura, mas tem tratamento — explicou.

Se a tolerância a glicose está prejudicada, significa também que a quantidade de açúcar no sangue está alta, mas não o suficiente para ser diagnosticada como diabetes. A diferença em relação à disglicemia é que o nível de glicose no sangue é um pouco mais alto, entre 140 e 199 mg/dL duas horas após o paciente ter ingerido um líquido com 75 gramas de glicose. 

Vítima

Camila das Graças Emenegildo, de 49 anos, se previne contra a doença há cerca de um ano. Ela toma medicamentos para evitar a diabetes. Contou à reportagem que possui casos da doença na família e que, por isso, considera a atitude como relevante.

— É muito importante porque muitas pessoas não sabem que têm a glicose descontrolada e vão levando. Quando demora a surgir o sintoma, já estão com problemas na visão, dentre outros — disse.

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