Experimentações

Wagner Penna

As indagações sobre o formato que os lançamentos de moda terão, a partir do próximo ano, ainda consomem o tempo dos fashionistas e queimam neurônios do que ganham a vida com o setor. Uma das discussões mais interessantes foi levantada pela feira VestRio (representada pela Daniela Falcão, da Vogue Brasil e copromotora do evento) em live com o criador da São Paulo Fashion Week, Paulo Borges.

Depois de uma análise dos últimos lançamentos virtuais (desfiles & filmes & vídeos & performances) feitos nas semanas de moda da Europa, o resumo do “disse me disse” entre eles é que ninguém ainda sabe o que virá por aí. Um teste de fogo para a moda brasileira será em outubro, mês para o qual estão marcadas a SPFW e a Minas Trend – caso a covid-19 não provoque novos fechamentos nas cidades.

Daí, chegamos à velha máxima: vamos deixar como está para ver como é que fica.

VAIVÉM

  • As vendas no circuito fashion mudaram pra valer. Corretor de moda que atende, em Beagá, o bom e o melhor do varejo nacional diz que, agora, faz 90% do seu trabalho via celular. Ao fim do dia, fica com os olhos ardendo de tanto mirar a telinha brilhante. A lojista quer comprar tudo a distância, porém com o aval do seu consultor local.
  • Dentro da nova normalidade, o verão europeu resgatou as espadrilhas (com solado de cordas e pala de tecido), com os laços subindo pernas acima. Também voltaram os tamancos de madeira, só que com tiras pintadas ou enfeitadas. E até as sandálias de couro cru dos nossos nordestinos, que inspiraram a Prada, viraram sucesso.

PONTO FINAL

O comércio eletrônico é bacana, mas tornou-se jogo para gente grande. A saber: após marcar um ano da compra da Netshoes, a poderosa  Magalu ainda não conseguiu desfrutar de números positivos gerados pela operação. As vendas aumentaram muito (72%), mas ainda sem alcançar o ponto de equilíbrio. O “fashion business” não é fácil.

Comentários