Excelência e o terreno do hospital

Bob Clementino 

Geraldo da Costa Pereira, que foi vereador, presidente da Câmara Municipal, deputado estadual por vários mandatos e secretário de Estado de Justiça, é tratado na informalidade por “Excelência”. Feito magnífico do então vereador Geraldo da Costa Pereira diz respeito ao Complexo de Saúde São João de Deus.

No seu primeiro mandato de vereador, nos idos de 1966, foi procurado pelo irmão Diamantino, da Congregação São João de  Deus, para lhe dar uma notícia auspiciosa e pedir sua ajuda à concretização dela:  a Irmandade São João de Deus pretendia  construir um grande hospital em Divinópolis, doado pelo
empresário Geraldo Corrêa, e para realizar essa obra, precisava de um grande terreno, no bairro Niterói. Entusiasmado com a boa nova, Geraldo da Costa empenhou-se na procura de meios para atender ao pedido. Lembrou que o amigo, conhecido por Totonho do Sinhô, tinha um loteamento no alto da região almejada pelo religioso, coincidentemente, favorecida por  iluminação, que se viabilizou graças ao seu prestígio político e esforço.  (Cabe registrar aqui que também é de autoria do vereador a mudança de nome daquela área, de Lajinha para bairro São João de Deus.)

Prontamente, Geraldo procurou Totonho do Sinhô, transmitiu-lhe a novidade e todos os propósitos e objetivos da Ordem Hospitaleira São João de Deus. Isso acabou sensibilizando o dono do loteamento a doar o terreno de que a Ordem precisava para construir o Hospital São João de Deus.
Pelo significado da conquista, Geraldo da Costa Pereira guarda como preciosidade carta do irmão Diamantino, agradecendo este apoio para a obtenção do terreno onde pôde se erguer o hospital, hoje chamado Complexo de Saúde São João de Deus. Este resgate histórico e outros fatos, o leitor poderá ler no livro “108 Personalidade Marcantes de Divinópolis”, sob a coordenação de Welber Skaul Tonhá Silva, a ser lançado no dia 1º de junho, aniversário de Divinópolis.

Elton, decepcionado!

Encontrei-me com o Sargento Elton (Patriota), que renunciou ao seu mandato de vereador em abril de 2020, na Feira do Esplanada, quando ainda era pré-candidato. Disse-lhe, na ocasião, que ele pela sua índole e determinação não ficaria feliz naquela Casa. Durante o seu mandato, o Sargento  denunciou as falcatruas e irregularidades da Casa e da Prefeitura, e na maioria das vezes, ele e um ou dois edis foram vozes solitárias no Plenário. O meu último encontro com o Sargento, ainda como vereador, ocorreu quando ele me procurou e pediu o exemplar da minha coluna escrita no Agora, em que eu não só alertava a população para “troca-troca” entre alguns vereadores e o prefeito, como citava os nomes dos edis que denunciavam este  “toma lá dá cá” para garantir governabilidade ao alcaide. O Sargento chegou a ler esta coluna em uma reunião em que um servidor da Prefeitura fora convocado para falar também de troca entre prefeito e alguns vereadores. Mas, tudo ficou “Como dantes no Castelo de Abrantes”, neste caso a Câmara de Divinópolis. De fato, em Câmara em que há fortes indícios de negociatas entre alguns edis e o prefeito, não caberia mesmo o Sargento, tal como antecipei a ele em 2015 na Feira do Esplanada.

Sargento, avalista e o grande eleitor

Quando fiquei sabendo que o Sargento Elton havia renunciado seu mandato e que não seria também pré-candidato a prefeito em 2020, conclui, com a minha visão de assessor político de anos, que então ele passaria a ser o “grande eleitor”, ou seja: aquela pessoa que mesmo sem poder político/partidário ainda era capaz de influenciar o eleitorado, pela sua dignidade e retidão. Mas zum-zum, cochichos nos corredores do poder, ruas e vielas dão conta de que o Sargento e sua família estão revendo sua decisão e que ele pode, sim, ser pré-candidato a prefeito, estudando também uma candidatura a vice-prefeito, mas para depois ocupar a Secretaria Municipal de Transito e Transporte (Settrans), para a qual, aliás, tem qualificações profissionais. Aguardemos!



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