Ex-prefeitos sempre deixam dívidas!

Bob Clementino 

Na próxima eleição para prefeito em Divinópolis, eleitor deve ficar atento às promessas de campanha dos candidatos. É que, só com pagamento dos servidores, lá se vão mais ou menos 54% do orçamento; e 38% com Saúde e Educação. Restam, portanto, apenas 8% para atender a todas as demais demandas do município. É preciso lembrar, e considerar também, que o Estado de Minas está sob calamidade financeira, não podendo o futuro prefeito contar com ajuda estadual para amparar sua Administração. Aliás, talvez possa estar na falta de apoio a explicação de ex-prefeitos sempre deixarem dívidas para o seu sucessor.

Conforme a reportagem “Não sobrevive”, do Jornal Agora de 14/02/19, o governo Galileu Machado herdou uma dívida de R$ 60 milhões mais R$ 10 milhões de precatórios. A assessoria do prefeito fala, no entanto, em R$ 20 milhões a mais da citada pelo jornal.

E não é só isso!

Soma-se a toda essa cratera financeira deixada para Galileu o fato de que o governo Fernando Pimentel (PT) e, por algum tempo, o governo Zema (Novo) seguraram em seus cofres mais ou menos R$ 120 milhões cabíveis à Prefeitura. E Divinópolis, como a maioria das prefeituras de Minas Gerais, depende 80% do dinheiro do Estado, que, por sua vez, está quebrado!

E tem mais!

Além da dívida herdada e da retenção de verbas municipais pelo Estado, a Administração Municipal sofre com as “picuinhas” da base oposicionista na Câmara. São esses vereadores que insistem em recusar a aprovação do projeto autorizador da revisão da planta do IPTU, não atualizada há 25 anos. E a justa revisão de valores do imposto aumentaria a arrecadação da Prefeitura. E em que consiste essa atualização? Em Divinópolis, há inúmeros lotes onde hoje estão edificadas grandes construções, que continuam pagando desproporcionais e inacreditáveis migalhas de reais como imposto territorial, nos valores da propriedade crua de origem. E quem faz oposição a que se reveja a planta deixa para os contribuintes mais simples a impressão de que estes estão sendo protegidos de aumento de IPTU, quando, ao contrário, a recusa em não admitir a revisão de 25 anos só protege uma maioria economicamente mais forte, impossibilitando arrecadação e, consequentemente, as melhorias de que tanto carece a cidade.

Por que a picuinha?

Picuinha aqui é usada com sentido mesmo de pirraça. Explico: a base de oposição ao prefeito Galileu denuncia na mídia e no plenário da Câmara que em Divinópolis “proprietários de lotes pagam R$ 0,80 (oitenta centavos) ao ano, pelo imposto” e denunciam ainda “...um lote em condomínio de luxo, com preço de mercado em R$ 300 mil, paga R$ 35 de IPTU e um apartamento do projeto Minha Casa, Minha Vida, R$ 120”. Se a própria oposição faz estas denúncias, era de se esperar que revisão da planta genérica de valores, prevista pelo Plano Diretor, fosse aprovada, uma vez que a última revisão ocorreu em 1993.

Conclusão 

Na eleição para prefeito em Divinópolis, em 2020, o eleitor deve ficar atento às promessas de campanha dos candidatos, porque, além de a Prefeitura e o Estado estarem em crise financeira, há sempre uma oposição pirracenta a travar administrações, seja por simples picuinha política, seja para conter o governo municipal, por interesses partidários ou pessoais, ainda que isso repercuta negativamente no desenvolvimento do município.

Vereadores, por que reelegê-los?

Vem aí mais uma eleição para vereadores em Divinópolis. E, segundo Edsom Sousa (CDN),  “isso aqui (Câmara) é um deserto. Essa é a pior legislatura de que participei. Participei de todas, mas essa não encanta, essa não seduz”, lamentou. Tal declaração deu-se quando se dirigia ao procurador da Prefeitura, Wendel Santos, que fez uso da Tribuna Livre representando o Executivo. Edsom ficou irado porque dos 17 vereadores, apenas sete estavam no plenário para ouvi-lo. Ora, se o vereador declarou em plenário que “a atual legislatura da Câmara de Divinópolis é a pior de todas” e nenhum edil o contestou, para que e por que reelegê-los? Diante desse raciocínio, se o eleitor votar em alguém desta atual legislatura, o pior passa ser ele, eleitor? 

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