Ex-ministra de Lula participa de protesto em Divinópolis

Protesto que percorreu vias centrais foi contra cortes no Suas

 

Rafael Camargos

Representantes da área de assistência social de Divinópolis realizaram um protesto, na tarde desta quinta-feira, 28, contra a proposta do Governo Federal que pode resultar no corte orçamentário, a nível nacional, de 97% no Sistema único de Assistência Social (Suas) em 2018. O manifesto ocorreu em frente à Câmara Municipal no quarteirão fechado da rua São Paulo, mas antes tinha percorrido várias vias centrais da cidade.
A votação do orçamento deve ocorrer até 30 deste mês na Câmara dos Deputados. Caso aprovado, o corte orçamentário pode repercutir no fechamento de Centros de Referência em Assistência Social (Cras e Creas) e na diminuição do apoio prestado aos beneficiários do Bolsa Família e do Benefício de Prestação Continuada, conhecido também como Loas, além do desemprego dos profissionais da assistência.
A população atendida pelos projetos de assistência é de baixa renda, moradores de rua, deficientes, idosos e até pessoas violentadas.

Protesto

O protesto na cidade teve a presença da consultora internacional em gestão de Políticas Públicas, e ex-ministra de Lula (PT), Márcia Helena Carvalho Lopes. Ao Agora, ela contou que desde a constituição de 1988 a assistência social passou a ser uma política pública, junto com a saúde a previdência social formando a seguridade social brasileira, então o que antes era caridade, favor, benemerência, troca de votos, se tornou uma política pública de estado.

— Eu tive a honra de junto com o ministro Patrus Ananias estruturar esta política no Brasil, junto com tantos deputados que apoiaram, senadores vereadores, prefeitos, governadores, toda a sociedade civil, trabalhadores, a de fato estruturar essa política, implantando o Cras, Centro de Referencia da assistência social, onde tem psicólogos, assistentes sociais atendendo as famílias, ou famílias que são da bolsa família, idosos, pessoas com deficiência, pessoas que recebem um salário mínimo por mês, como direito para sua sobrevivência, e nos sabemos o quanto essa política social dinamizou a própria economia dos municípios brasileiros — contou.

Segundo ela, 70% da arrecadação de alguns municípios vêm dos recursos transferidos pelo Ministério do Desenvolvimento Social.

— Saímos de um orçamento de R$ 8 bilhões para R$ 84 bilhões, e agora simplesmente, um de R$ 3 bilhões para a manutenção dos serviços, dos Cras, Creas e abrigos, entidades assistenciais. Houve uma proposta do Ministério do Planejamento de reduzir em 78 milhões, mas é impossível se trabalhar com este valor. Não é possível que os deputados aprovem este orçamento — falou Márcia.

Proteção

Em todo país, já ocorreram atos em defesa do Sistema único de Defesa Social e para Márcia o objetivo um só.

— Estamos aqui para mostrar para a população que não podemos nos conformar com a tramitação de um orçamento com este montante de recursos. Ao contrário, precisamos de mais recursos — finalizou.

 

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