Evoluiu?

Preto no Branco - Evoluiu?

Na época em que eram realizados protestos a favor do PT e seus integrantes ‒ e não foram poucos ‒ com maiores concentrações em Brasília e São Paulo, como agora, o assunto era um só: as denúncias davam conta de que os participantes ganhavam pão com mortadela e refrigerante. Agora, os atos se repetem com a mesma intensidade ‒ porém em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, este que afirma ser pelo Brasil ‒ e têm como destaque também as duas capitais. Só que, em vez de comida de pobre ‒ como é conhecido o pão com mortadela ‒, também, conforme denúncias, muita gente que foi em caravanas ganhou passagem e R$ 100 vivos. Ainda não se sabe se as acusações procedem e, se sim, isso vale para qualquer lado partidário, espera-se que o dinheiro público não tenha sido usado. Inadmissível que algo assim ocorra com apoio e aval de quem deveria denunciar e, por esse motivo, sim, protestar: a população. 

De estimação 

A realidade no Brasil é que cada um tem seu político ou partido de estimação. Ninguém vai às ruas, às praças, protestar a favor do povo carente de praticamente tudo, mas finge estar tudo bem ou tem o rabo preso com alguém. A maioria dá chiliques com faixas, cartazes, bandeiras, seja lá o que for ou pensando no próprio umbigo ou puxando a sardinha para alguém. Onde estão os indignados do Brasil? Será que não enxergam os desmandos, as mentiras e a corrupção? Sinceramente, essa letargia geral assusta mais do que o desentendimento vergonhoso entre os Poderes deste País.

Onde mais?

Quem acompanha a política mundial e outros assuntos pertinentes ao tema certamente sabe que em nenhum país que se preze o povo vai às ruas a favor do governo. A não ser raríssimas exceções, como na Espanha, regada pelo fascismo, mas felizmente vencido pela democracia. Ou talvez em Cuba, na época da tirania, quando o país tinha em seu comando irmãos ditadores. Por que no Brasil é assim? Haveria outro motivo, se não fossem as maracutaias que distribuem milhões de reais para alimentar essa prática condenável e que tanto causa vergonha mundo afora? Se houver alguém com outra explicação, me aponte, pois não vejo outra resposta. 

Caras de pau?

Sem dúvida, muita gente se lembra do movimento “caras pintadas”, ocorrido no governo de Fernando Collor de Mello, primeiro presidente eleito democraticamente após os 29 anos de ditadura militar no Brasil. A gestão Collor (1990-1992) ficou marcada na história com uma das maiores mobilizações no Brasil. Uma das primeiras ações do então presidente, em 1990, foi a instauração do Plano Collor, bloqueando todo o dinheiro acima de 50 mil cruzados novos (aproximadamente 30 mil reais, a partir do índice IPCA). Porém a gota d’água foi a revelação do esquema Collor-PC, em uma entrevista concedida pelo próprio irmão do presidente, Pedro Collor, para o Jornal do Brasil, no dia 18 de maio de 1992. A partir daí, o pau quebrou. Os “caras pintadas” foram para as ruas e ele foi tirado do cargo. E onde estão eles hoje? É como diz o Lindberg Farias, é coisa de conspiração das “elites”. Os antigos caras-pintadas têm hoje é a cara suja; se converteram em verdadeiros caras de pau. 

Sem rumo

Com tudo isso escancarado, comprova-se que o Brasil caminha sem “eira nem beira”. Totalmente perdido nos comandos, nas ideologias, no patriotismo, nas “guerras”, na corrupção... Onde vai chegar? Infelizmente, é imprevisível. A ganância e o ego elevado fizeram dos políticos e do brasileiro pessoas cheias de ódio, com sentimento  de vingança e, principalmente, como diz Silvio Santos: “Topam tudo por dinheiro”. 

 

 

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