EU ME VACINEI

JOÃO CARLOS RAMOS

EU ME VACINEI

Era o dia 23 de abril de 2021... A ansiedade tomava conta de mim (confesso) e não via a hora de transformar meu sonho em realidade. Havia realizado o cadastro, mesmo tendo perdido minha carteira do SUS.

Quando a providência divina caminha conosco, tudo se alinha e os milagres acontecem... Tenho a sagrada mania de atribuir tudo a Deus. Se me acontecem coisas boas, levanto minhas mãos aos céus e, solenemente, agradeço. Quando as coisas dão erradas, curvo a cabeça e peço ao Pai que se compadeça de mim e me dê forças e sabedoria para interpretar o que está acontecendo e tirar proveito daquela prova. Afinal, a vitória vem somente depois da luta. Somos reféns do mundo virtual e ouvimos muitas vozes contraditórias, sendo necessário que tenhamos um alicerce sólido, ainda que "tudo que é sólido, desmancha no ar". Como caminhante na estrada da vida, sempre encontrei muitos espinhos,mas também inúmeras flores, ainda que estivessem juntos. Filho de pais cristãos, sempre aprendi a agradecer a Deus por tudo. Meu genro Leandro é taxista e conhece todos os recantos de Divinópolis, sendo rápido e seguro o trajeto que faríamos. Minha querida esposa, Marita, possui a mesma idade deste e obviamente iria comigo, também se vacinar. Convidei para fotografar o histórico momento minha neta Larissa, pois precisava guardar as fotos para a posteridade.

Chegando à sede campestre do Divinópolis Clube, local gentilmente preparado para receber os inscritos para a vacinação, pude observar o altíssimo grau de profissionalismo e amor dos funcionários da Secretaria Municipal de Saúde, que, sorridentes, aguardavam todos os que ali chegavam. Chegou minha hora e fui atendido de forma muito além do esperado. Pareciam anjos nos aguardando...

Confesso que, devido à minha chama poética, me senti emocionado e inspirado e as lágrimas já estavam prontas para consagrarem o grande feito.

Abrindo um parênteses, quero afirmar que é mister que todos se vacinem e não deem ouvidos ao demônio, semeador de fake news e aos batalhões suicidas que torcem para a morte, usando argumentos contrários à ciência e ao bom senso. Minha fala não possui cunho político partidário, pois sei em quem tenho crido e estou bem certo que é poderoso para me guiar. Sou a favor dos partidos, desde que sejam inteiros. Não reclamo de nada e nem de ninguém, sabendo que "um abismo chama por outro abismo" e temos que apascentar a nós mesmos. Cada um concede o que é possível e em se tratando de uma pessoa limitada em alguns aspectos, não podemos parar para conversar, pois a ordem severa do maquinista é obedecer o horário da chegada e não ouvir nada além disso. Somos apenas passageiros do trem da vida e muitos não conseguem entender. Milhares de mortos nos deixaram uma mensagem de fé na vida e, consequentemente, na ciência. Estou consciente de que terei que tomar a segunda dose na data marcada e continuarei, religiosamente, usando a tríplice arma da salvação do corpo: distanciamento social, máscara apropriada e álcool em gel. Mesmo em casa, a meu ver, devemos tomar todos os cuidados que o momento requer. Em minha cidade, Divinópolis, inúmeras pessoas cruzaram o rio dos mortos, arrebatados pela covid-19, comovendo aos vivos batalhadores em prol da boa causa.

Eu me vacinei. Procurem, legalmente, meios de se vacinar e não deem ouvidos a espíritos enganadores. Sua família agradecerá depois e a sociedade será mais fraterna, vendo seu gesto que não é tudo, mas é louvável e necessário. Que Deus ilumine a todos!

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