Após explosões em Pitangui, governador cria força-tarefa contra ataques a bancos

Cidades do Centro-Oeste têm sido alvos frequentes de explosões de agências

Gisele Souto, Rafael Camargos e Ricardo Welbert

Ataques a caixas eletrônicos têm ocorrido cada vez mais em cidades do interior. Em Minas Gerais, a região Centro-Oeste é uma das que mais registram esse tipo de crime. Cidades como Pitangui, Leandro Ferreira, Formiga, Pará de Minas, Papagaios e Dores do Indaiá, dentre outras, foram vítimas recentes.

Algumas delas, como é o caso de Pitangui, mais de uma vez só em 2017. Em uma tentativa de reduzir esses índices, considerados altos também no Norte do estado, o governador Fernando Pimentel (PT) anunciou nesta sexta-feira, 8, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, a criação de uma força-tarefa para combater essa modalidade criminosa.

A formação do grupo foi definida após reunião do governador com representantes das forças de segurança estaduais e tem objetivo de reduzir ainda mais o número de casos desse tipo de crime que, só no primeiro semestre de 2017, caiu 34% em Minas Gerais, em relação ao mesmo período do ano passado.

O governador destacou que além de aumentar a sensação de segurança no Estado, existe uma preocupação em relação à questão socioeconômica dos pequenos municípios mineiros. Segundo ele, após a explosão ou assalto ao caixa eletrônico, os cidadãos mineiros acabam ficando descobertos dos serviços bancários, que, em muitas cidades, não possuem agências de banco.

— Vamos constituir uma força-tarefa dedicada exclusivamente à prevenção, investigação e combate a esse tipo de crime. O governo está preocupado e vamos agir agora de forma mais integrada, organizada, efetiva e focada. O número de casos diminuiu, mas o impacto socioeconômico é muito grande — afirmou Pimentel.

Participantes

Serão convidados a integrar o grupo o Ministério Público de Minas, a Polícia Federal e demais órgãos direta ou indiretamente ligados ao tema. O governador acrescentou que, reforçando a segurança nos municípios e prevenindo os crimes, consequentemente a economia nesses municípios não será afetada.

— Dos 853 municípios de Minas, mais ou menos 400 têm menos de dez mil habitantes.  Cidades com esse perfil normalmente não têm uma agência bancária, quando muito um caixa eletrônico. Com a explosão do caixa, fica descoberta, desabrigada — comentou.

Ação

Segundo o secretário estadual de Segurança Pública, Sérgio Barboza Menezes, o decreto com a criação da força-tarefa irá criar um "condão" para enfrentar o problema.

O comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Helbert Figueiró de Lourdes, explicou que a ação da corporação e dos demais órgãos de segurança será mais efetiva para reduzir ainda mais a incidência dos casos.

— Esse decreto dá às polícias e aos órgãos uma capacidade de atuação mais prática, para trabalharem efetivamente com a inteligência, que é a expertise da Polícia Civil e com a ação da Polícia Militar. Esse grupo vai se dedicar exclusivamente ao mapeamento desses crimes, ao estudo investigativo dos autores e do modus operandi para que a gente consiga dar uma resposta em termo de reação quando o fato acontecer e também uma resposta na prevenção desses delitos — disse o coronel.

Caso recente

Conforme o Portal Agora informou, duas agências bancárias foram alvo de criminosos na madrugada de segunda-feira, 4, em Pitangui. Os bandidos arrombaram as portas do Banco do Brasil, explodiram os caixas e, em seguida, foram para uma agência do Sicoob.

De acordo com a PM, não foi possível saber quantos bandidos participaram da ação e nem a quantia levada dos bancos. Após o crime eles fugiram. A perícia também compareceu nas duas agências. Ninguém foi preso até o momento.

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