Estado apresenta ‘Arma Operacional’ no combate a explosão de caixas

Rafael Camargos

As quadrilhas especializadas em explosões de caixas eletrônicos mudaram suas atenções para as cidades do interior, onde o policiamento é menor. Com isso, municípios também do Centro-Oeste de Minas têm se tornado cada vez mais um alvo para os bandidos, que conseguem explodir, não um, mas vários bancos de uma só vez e sair com o bolso cheio. As vítimas mais recentes são Santo Antônio do Monte e Bambuí. Porém, um Acordo de Cooperação Técnica foi assinado por oito instituições e traz detalhes minuciosos de formas de atuação na área de inteligência e no planejamento de operações para repressão e prevenção aos ataques de caixas eletrônicos e crimes correlatos em bancos em Minas Gerais.

O documento é a nova “arma operacional” do Governo do Estado no combate a esse tipo de ação e visa a reduzir as explosões de caixas eletrônicos no Estado.

A formalização do acordo de cooperação técnica aconteceu na reunião da Câmara de Coordenação das Políticas de Segurança Pública do Estado nesta semana.

O documento amarra ações integradas e define papéis e medidas a serem cumpridas pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp), Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público, Secretaria de Administração Prisional (Seap), Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar.

Sigilo

O detalhamento do documento é sigiloso, por conter questões de segurança, como medidas a serem adotadas e que podem contribuir com a apuração e consequente prisão de envolvidos, forma do fluxo de informações de inteligência, medidas preliminares de prevenção nas cidades, entre outros. A formatação do acordo, entretanto, dará perenidade ao trabalho focado e voltado para o combate a essa especificidade de crime que afeta, hoje, principalmente o interior do Estado.

Prisões e ocorrências

O comandante geral da Polícia Militar de Minas Gerais, coronel Helbert Figueiró de Lourdes, revelou que, de 12 de junho a 12 de setembro deste ano, pelo menos 50 pessoas diretamente envolvidas com explosões de caixas eletrônicos foram detidas pela Polícia Militar em Minas.

Segundo ele, “os esforços conjuntos de todos os órgãos” já têm mostrado resultados, por meio do mapeamento consistente de envolvidos e da consolidação de ações de reprimem e evitam esse tipo de prática.

— Entre as 50 pessoas com envolvimento em crimes de explosão de caixas eletrônicos, por exemplo, estão dois suspeitos presos em Capitão Enéas, Norte de Minas, em setembro, com um fuzil e duas submetralhadoras, uma garrucha, uma espingarda e mais uma pistola. Eles foram conduzidos após perseguição e realização de bloqueios pela Polícia Militar. Com eles, havia malotes com dinheiro manchado e, também, dinamites — disse.

Números

A atualização dos dados de crimes de explosões de caixas eletrônicos, até setembro, também mostra redução de 36,5% nesta modalidade. Enquanto nos nove primeiros meses de 2016 foram 189 ocorrências, no mesmo período deste ano foram 120.

Suspeito

Um dos principais suspeitos na explosão de caixas eletrônicos da região Centro-Oeste foi pego pela Polícia Civil em Divinópolis. Guilherme Nostradamus Santana, de 26 anos, morava em Belo Horizonte com a namorada, onde foi preso pelos investigadores. As investigações começaram em setembro do ano passado, quando ele foi preso no bairro Niterói, com armas, drogas e aproximadamente R$ 9 mil em dinheiro.

O jovem foi solto e continuou a praticar crimes na cidade, até que outro mandado foi expedido contra ele pela justiça, mas ele fugiu antes que a polícia conseguisse prendê-lo. Guilherme morou em Uberlândia e em cidades do Paraná antes de ir para a capital, onde estava há aproximadamente seis meses; há três, ele vinha sendo monitorado pela polícia. Na cidade, ele vendia roupas falsificadas e tinha um documento falso. Ele estava com o mandado de prisão expedido desde a operação “Lápide”.

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