Está explicado

A ausência de sete dos oitos candidatos ao governo de Minas no debate promovido pela Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) em Divinópolis explica porque a cidade é deixada de lado pelos chefes do Executivo no Estado e no país e é pouco defendida e valorizada pelos representantes do Legislativo nos âmbitos estadual e nacional. Se quando estão na briga por cargos eles já nos viram as costas, imagine quando eleitos? 

Faltou compromisso... 

...e sobrou descaso. Uma frase antiga, usada geralmente por pessoas que levam um “fora” de alguém que agendou e não cumpriu sem dar satisfação. Ninguém é obrigado a marcar. Mas, quando marca, tem por obrigação cumprir o combinado. Palavras que se encaixam como luvas aos candidatos Claudiney Dulim (Avante) e Dirlene Marques (Psol), que confirmaram presença no debate na CDL, mas não compareceram. As cadeiras destinadas a eles permaneceram vazias enquanto Romeu Zema respondia às perguntas.

A coluna apurou que um dia antes a assessoria da candidata Dirlene Marques informou à CDL que ela não poderia comparecer e, por isso, tentou emplacar a participação da vice, Sara Azevedo. Mas a regra do debate é clara: só os cabeças de chapas podem participar.

Em relação a Claudiney Dulim, a ausência só foi sabida antes do debate porque a assessoria da CDL telefonou a ele para saber se tudo corria bem na vinda dele. A entidade foi informada, então, de que ele não compareceria. Foi pedido que a candidato formalizasse a desistência por e-mail, mas isso não ocorreu. 

Somou pontos 

Não estou me referindo a um jogo de futebol, mas ao candidato Romeu Zema venceu por WO. Além do debate, marcou compromissos na cidade – inclusive uma visita ao Agora, que permitiu a gravação de uma entrevista cujos melhores trechos você lê nesta edição de hoje e cuja íntegra, em vídeo, está disponível na internet. Voltando ao assunto do debate, este só, livre e solto para responder e debater todos os questionamentos dos presentes. E agradou em cheio, segundo os participantes. Conquistou três pontos valiosos na disputa acirrada, muito próxima de apontar o campeão.

Preterida

Não foi a primeira vez nem a última que Divinópolis foi preterida. Isso, aliás, é praxe. Antonio Anastasia optou pelo Triângulo Mineiro e tem uma explicação lógica, observando situações anteriores. Divinópolis é carente de representantes e, diferente de Uberlândia e Uberaba, situadas na região mais rica do Estado, não tem muita coisa a oferecer. O candidato, quando ocupou seu último mandado de governador e os quase dois de senador, nem por fora da cidade passou. Certamente temendo ser cobrado por promessas não cumpridas, como o Hospital Público. Se já estava feio, ficou pior. 

Se escondendo 

E o que falar do candidato do PT, Fernando Pimentel? Preferiu cumprir agenda em Belo Horizonte. Apesar de seu partido ter ganhado em Divinópolis, principalmente, na eleição de Dilma Rousseff para o segundo mandato, não deve ter considerado importante o apoio dos eleitores da cidade. É melhor apostar que ele anda mesmo é se escondendo. Por onde anda, as cobranças sobre os constantes atrasos e parcelamento dos salários dos servidores andam tirando seu sossego. Uma coisa é certa: também deixou de marcar pelo menos um ponto, vindo tipo daqueles empates horrorosos em que o jogo termina em 0 a 0.

Será que furam? 

Seis candidatos ao Senado confirmaram ontem presença no último ciclo de debates da CDL, marcado para esta noite, às 19h30. Até o fechamento desta coluna, às 16h, nenhum dos seis havia desistido. Aguardemos hoje. 

Representatividade 

Bonito mesmo fizeram os candidatos a deputado federal e estadual. Todos os convidados da cidade e região compareceram. Com certeza isso irá contar na hora de se ir às urnas. Passando esta etapa, a expectativa é de que os escolhidos, levando-se em conta a quantidade que almeja o cargo, continuem sendo pontuais com Divinópolis, especificamente se tratando de representatividade. Nesse quesito a cidade há muito é órfã. Pronto, falei!

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