Escolha seu líder

Inocêncio Nóbrega 

Economia estagnada, com altíssima taxa de desemprego; saúde, conduzida por militares sem experiência, no combate às enfermidades, principalmente endêmicas; educação, com imposição de uma doutrina de ensino incompatível às nossas aspirações; cultura, sucateada; meio ambiente, com a gradativa destruição de nossas matas; enfim, um governo, eleito de afogadilho, sem projeto de políticas públicas. O que funciona, bem ao gosto de uma assessoria do ódio, que dita normas de conduta antidemocrática e de desarmonia institucional. O quadro é desolador, já levando o povo na sua maioria à desesperança, ao desequilíbrio emocional, desiludido, assistindo à volta dos transtornos alimentares, vendo cair por terra suas legítimas aspirações por um Brasil forte, independente, viril. O que vem preocupando, além do distanciamento social, recomendado pela OMS, mas a separação, cada vez maior, perante outros povos, mais atentos ao seu bem-estar.  

O cidadão consciente sente falta de um líder, à altura que o momento exige. Reivindica a presença de um presidente da República, algo parecido com o filho de João César de Oliveira e Júlia Kubitschek, da terra de Chica Mineira, Arraial de Tijuco, desde cedo jovial, alegre, prestativo. Comprovou isso, embora formado em medicina, durante sua trajetória de administrador. A começar no governo Benedito Valadares, que o nomeou prefeito de Belo Horizonte. Ambicioso, queria transformar a capital num Parque Industrial, nos moldes de S. Paulo. Já como chefe do Executivo de seu estado, construiu centenas de pequenas hidrelétricas.

Mal visto pelas alas militarista e da UDN, as quais queriam impedir sua posse a presidente da República, JK, um homem de sonhos, com suas obras de vulto, implantando a indústria automobilística, construindo Brasília, Sudene, Furnas, Opam (na política externa), era visível o orgulho na face dos brasileiros. Mas, contrapondo ao espírito conciliador de JK, Leonel Brizola, gaúcho de fibra, disposto, patriota ao extremo, ao molde de Antônio Carlos de Andrada, ampliado; democrata, pregava um Brasil autodeterminado. Tinha o sangue maragato nas veias. A educação era prioridade nas suas gestões do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, construindo centenas de Cieps. Só ele dispunha de coragem para enfrentar militares golpistas de 1961. “Não pretendemos nos submeter, que nos esmaguem, nos destruam, nos chacinem neste Palácio!”, resistência é o aviso que dá aos que prometeram bombardear o Palácio Piratini, discurso que reuniu multidões, contra a ordem militar.  O recinto não era um simples cercadinho.

Estão dois nomes de peso na nossa história. Há outros, evidentemente, com igual pretensão de servirem ao Brasil. Afinal, qual sua escolha?

Jornalista

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