Escolas municipais permanecem com sistema de rodízio entre alunos

Informação foi confirmada pela Prefeitura; estaduais já podem receber 100% da capacidade dentro da sala de aula

 

Bruno Bueno

As escolas municipais de Divinópolis permanecem, até a próxima atualização das normas sanitárias, com o sistema de rodízio entre alunos. A informação foi confirmada ao Agora na tarde de ontem pela assessoria de comunicação da Prefeitura. Conforme o Executivo, a decisão foi tomada na última sexta-feira, 15.

— Ficou determinado na reunião do comitê da última sexta que as unidades escolares municipais mantenham essa organização de rodízio, respeitando o que está no protocolo. As escolas que, de acordo com o que determina o documento, têm condições de receber todos os alunos, poderão se organizar para tal — afirmou o Executivo em nota divulgada.

Havia a possibilidade de o Município seguir a recomendação do Estado que, em protocolo divulgado no último dia 8, decidiu pela ampliação da capacidade dos alunos de escolas estaduais dentro da sala de aula. As instituições podem receber 100% dos estudantes que aderiram ao sistema híbrido, contanto que respeitem o distanciamento de 90 centímetros por pessoa.

 

Mudança

O Agora também conversou com a diretora da escola estadual Padre Matias Lobato, Marizélia Gontijo Silva. A profissional disse que a mudança contou com a aprovação dos pais.

— É uma mudança que vem para atender uma reivindicação dos familiares. Antes, nós dividimos os alunos de uma sala, por exemplo, em grupos A, B, C e até D para atender a regra de 50% da capacidade. Agora, com a ampliação, os alunos foram reunidos. A maioria dos pais não entendia essa necessidade do revezamento — disse.

É importante ressaltar que, apesar da alteração, os alunos da escola continuam frequentando a escola em uma semana presencial e outra em casa. A diretora também explicou que, mesmo com a alteração, as salas de aula ainda não recebem a mesma quantidade de alunos de antes da pandemia.

— Por conta do distanciamento de 90 centímetros, uma sala de aula, que antes comportava 37 a 40 alunos, recebe cerca de 28. No entanto, isso já é um grande avanço para a escola, já que, no último protocolo, a quantidade de alunos era bem menor — explicou.

Por fim, a educadora disse que vai realizar uma reunião com os servidores da escola para discutir as mudanças que devem ser feitas para cumprir o distanciamento e garantir a segurança dos alunos.

— A nossa reunião com os servidores será hoje [ontem], portanto ainda não temos esse feedback. Enquanto escola, pretendemos sempre atender os alunos da melhor maneira possível — finalizou.

 

Outras mudanças

O novo protocolo ainda traz outras mudanças importantes na rede estadual. A permissão do uso compartilhado de objetos eletrônicos está autorizada, bem como o empréstimo de livros em bibliotecas escolares, desde que respeitadas as orientações de higiene e proteção. O uso universal de máscaras e as demais medidas de proteção permanecem como obrigatórias para instituições públicas e privadas.

A coordenadora do  Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs-Minas), Eva Lídia Arcoverde, disse, em entrevista concedida à imprensa mineira durante a divulgação do protocolo, que a atual situação favorece as mudanças.

— O cenário epidemiológico apresenta, hoje, alguns fatores importantes como a vacinação dos trabalhadores da educação e da população em geral, a aplicação dos imunizantes em adolescentes de 12 a 17 anos, a redução da incidência de casos, óbitos e internações, inclusive com queda das taxas de ocupação de leitos — disse.

 

Fiscalização

A reportagem também conversou com a presidente da Comissão de Educação da Câmara de Divinópolis, vereadora Lohanna França (CDN). A parlamentar, que atua na fiscalização das escolas da cidade, disse que vai continuar realizando visitas periódicas a instituições para conferir os protocolos.

— Eu, como presidente da Comissão de Educação, sempre fui favorável ao retorno seguro. Com a vacinação dos profissionais da área e principalmente dos adolescentes, que são contemplados por essa ampliação, entendo que a fiscalização também não pode parar. É importante dizer que, até o momento, eu só vejo relatos positivos — afirmou.

A vereadora também ressaltou a importância da ampliação do número de alunos dentro da sala de aula.

— Os índices melhoraram e nós temos condições. A gente vê várias crianças em praças, clubes e outros locais. Na escola, o principal lugar da criança, isso não pode ser diferente. A educação não pode ser prioridade somente no papel, mas também na prática. Esse retorno é a prova disso — finalizou.

 

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