Entre a coprofilia e a francofilia

Nos últimos dias, Jair Bolsonaro referiu-se ao casal presidencial francês de forma grosseira. É o que ele consegue produzir. Sobre o presidente e suas falas, o jornalista Jânio de Freitas publicou recente artigo. No título, usou uma só palavra, adjetivo pouco usual: coprófilo. Mas há pessoas que podem ser rotuladas com outro adjetivo: francófilo. É bem outra coisa.

A primeira dama francesa, Brigitte Marie-Claude Trogneux Macron, nasceu em 1953, em Amiens. Inteligente e estudiosa, tornou-se uma jovem capaz de romper esquemas. Lecionava francês e latim, no colégio jesuíta da cidade. Um aluno chamava-se Emmanuel e tinha quinze anos. Os dois se enamoraram. Quando ele completou dezoito anos, o namoro foi revelado. A família do rapaz reagiu ao incômodo romance, enviando-o a estudar em Paris. Brigitte casou-se com outro, com quem teve três filhos. Porém o casal veio a divorciar-se.

Emmanuel Jean Frédéric Macron nasceu em Amiens, em 1977. Começou os estudos na escola dos jesuítas, na terra natal. Sua família não era religiosa, mas Emmanuel pediu o batismo católico, aos doze anos. Hoje se diz agnóstico.

Na Universidade Paris-Nanterre, graduou-se em filosofia. Escreveu a monografia de conclusão de curso sobre ‘o conceito de bem comum em Maquiavel e Hegel’. Fez o mestrado em políticas públicas, no Instituto de Estudos Políticos de Paris. Nesse período, foi assistente do filósofo Paul Ricoeur.

As doutoras Marilene Valério Diniz e Regina Vaz Gonçalves são especialistas na obra de Ricoeur. A convite da Agefil, compartilharam uma mesa redonda sobre a obra do filósofo. Infelizmente, Macron não participou. Foi uma bela ‘Terça Filosófica’, data que pode ser historicamente registrada como ‘o dia em que Macron gostaria de ter vindo a Divinópolis’.

De 2002 a 2004, ele concluiu a formação intelectual na Escola Nacional de Administração. Fala fluentemente o inglês. Entretanto seus conhecimentos têm também um lado ameno. É pianista, tendo estudado dez anos do instrumento. Aprecia especialmente os compositores Schumann e Liszt. Seus esportes preferidos são o tênis, o esqui e o boxe.

Sobre o namoro com a professora, na adolescência, ele avalia: ‘um amor clandestino, incompreendido por muitos’. Casaram-se, em 2007. Ela lecionava literatura no Liceu São Luís Gonzaga, escola parisiense de elite. Em 2015, deixou o magistério para participar da campanha do marido à presidência. Alguém muito próximo ao casal observa: “Sua presença é essencial para ele”. [email protected]

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