Entidades se manifestam sobre a onda vermelha

Comércio permanece fechado, mas operando na modalidade delivery, retirada na porta e recebimento de crediários

Da Redação 

A notícia de que a Microrregião de Divinópolis foi enquadrada na onda vermelha no último dia 14 trouxe insegurança e incerteza mais uma vez aos empresários, que estão temerosos quanto ao fechamento de seus estabelecimentos, fato que, segundo eles, coloca em risco não só a economia da cidade, mas também cerca de dois mil postos de trabalho formais. 

Vagas de emprego

Os efeitos do fechamento do comércio são destrutivos para a economia local, conforme relatado por entidades representativas da classe empresarial. Entre abril e maio de 2020, período em que as lojas ficaram fechadas e, posteriormente, funcionando em escala de revezamento, foram perdidos 2.429 postos de trabalho, saldo ainda não recuperado. Mesmo após vários meses de uma lenta retomada econômica, o município apresentou saldo negativo de 473 vagas de empregos formais. Somente em 2020, foram extintas mais de 700 empresas em Divinópolis.

Segundo afirmam as entidades, a situação se torna ainda mais preocupante tendo em vista que as medidas provisórias que permitiam a redução de jornada e salário dos trabalhadores, além da suspensão dos contratos de forma temporária, já não estão em vigor e não serão reeditadas.

Alto custo

Os empresários enquadrados na onda vermelha alegam ainda que sofrem logo no início do ano, pior período para o comércio. Segundo eles, com a diminuição drástica do faturamento, não terão caixa para honrar compromissos com fornecedores e aluguéis, além dos impostos municipais e federais cobrados no início do ano, estando em risco até mesmo o pagamento dos salários.

Além disso, eles afirmam que terão de arcar com salários de empregados que, em muitos casos, sequer vão de fato trabalhar durante a onda vermelha.

Reunião

Para debater a situação, na última sexta-feira, 15, as entidades estiveram em reunião com o prefeito Gleidson Azecedo (PSC), a vice-prefeita, Janete Aparecida, mesmo partido, e secretários municipais. Eles se comprometeram a cumprir com as medidas legais, continuar contribuindo com a conscientização de seus associados e a colaborar no que for necessário para a preservação da saúde de todos e recuperação da economia.

Porém, solicitaram que o prefeito avaliasse, o mais rapidamente possível, a retomada da plena atividade econômica e que, enquanto o comércio permanecer fechado, seja possível continuar operando na modalidade delivery,  retirada na porta, recebimento de crediários, atividades permitidas pelo Minas Consciente, no item 6.2. As solicitações foram atendidas com a publicação do Decreto 14.150, também na sexta-feira.

— Primeiramente é importante dizer que somos em defesa do comércio aberto. Esperamos  que toda a população entenda que, com a  união de nossos esforços, poderemos manter os pequenos negócios, que compõem uma significativa parcela do mercado e  manter o emprego — avaliou a presidente da Associação Comercial e Industrial de Divinópolis (Acid), Alexandra Barros. 

Para o representante da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), unidade de Divinópolis, Danilo Pereira, a reunião transcorreu dentro do esperado.  

— Na reunião, o prefeito nos passou mais tranquilidade ao dizer que vai seguir o Minas Consciente em sua integridade, não cogitando assim restrições que poderiam afetar ainda mais o comércio local — avaliou.

Comércio

No contexto permitido pelo decreto, uma tradicional loja de material esportivo traçou sua estratégia para os próximos dias.

— Estamos fechados e atendendo somente on-line. Para retirada na loja, estamos atendendo das 9 às 15h, e para  delivery entre 9 e 16h — disse um funcionário da empresa, Fabrício Santos.

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