Então tem dinheiro?

 

 O Estado está quebrado? Verdade. É o pior no Brasil atualmente, conseguindo perder até para o Rio Grande Sul e Rio de Janeiro, que viveram períodos lastimáveis nos últimos meses. Isso é fato e a população está cansada de saber, principalmente os servidores que há dois anos recebem os salários quando dá. O que significa que não tem dinheiro. Prova disso é a dívida milionária com os municípios. Só para Divinópolis são mais de R$ 100 milhões. Então a pergunta que não quer calar: para pagar R$ 2,5 mil a mais de auxílio-saúde para promotores e procuradores de justiça tem?

 De onde virá?

 Se não tem, o governador eleito Romeu Zema (Novo) não vai transformar folha de árvores em dinheiro. De onde sairá este dinheiro? Dos policiais da Militar e Civil, dos professores, dos servidores da Saúde que de dois anos para cá fazem mágica para sobreviver? Mendigam o que lhes é de direito e só viram a cor do dinheiro através de pressão, protestos e greves. Vale lembrar aos senhores deputados, que votaram a favor no projeto, que eles e os servidores da Justiça, em nenhum mês neste período, tiveram seus salários atrasados ou parcelados. Deve ser por isso que a briga para ser político é de cachorro grande, ou melhor, usurpadores do dinheiro dos menos favorecidos. Com raríssimas exceções, é claro.

 Reação

 A aprovação do benefício equivalente a até 10% do salário foi aprovados em primeiro turno. E tomara que estes nobres parlamentares façam uma reflexão e votem diferente no segundo turno. Podem ter certeza que os eleitores não vão esquecer esta aberração. Se bem que muitos não devem ter sido nem reeleitos, e outros eleitos para a Câmara Federal. Muita gente reagiu por meio das redes sociais, logo após a votação. Um perguntou o seguinte: “Será que o salário deles não dá pra pagar um plano de saúde? Então vai para o SUS como todo assalariado faz”, enfatizou. Isso é só o começo. 

 Somente três

 E acredite. A votação foi maciça, dos 50 deputados que votaram, apenas três foram contrários: Rosângela Reis (Pros), Jean Freire (PT) e Sargento Rodrigues (PDT).  O nosso Fabiano Tolentino (PPS) sempre contrário a qualquer tipo de auxílio e se recusou a receber todos na ALMG, votou a favor. Fábio Avelar (Avante), de Nova Serrana, que também trabalha pela região estava ausente da reunião. Quem quiser saber quem são os outros basta puxar a relação desta legislatura e conferir.

 E não para por aí

 O auxílio-saúde não foi suficiente. O próprio Ministério pegou carona no projeto aprovado pelos deputados e garantiu que promotores e procuradores recebam em dinheiro até dois salários adicionais por ano garantidos por meio de férias-prêmio. O projeto (PLC 78/18) foi aprovado em segundo turno pela Assembleia Legislativa nesta quarta-feira e estabelece o pagamento retroativo a fevereiro de 2018. O texto depende agora de sanção do governador. Será que alguém ainda duvida que ele vai assinar?  O TJMG já havia garantido a juízes e desembargadores, em lei sancionada em janeiro último pelo governador Fernando Pimentel (PT). Direito que é vedado aos demais servidores públicos. É claro, eles não acusam nem julgam ninguém.

 E tem mais

 A farra do dinheiro público não para. A equipe de transição do governador eleito Romeu Zema (Novo) divulgou nesta quarta-feira relatório criticando o alto número de cargos de chefia no governo estadual preenchidos por indicações políticas. Segundo o levantamento, sem contabilizar indicações para empresas públicas, mais de três mil cargos à frente de secretarias são comissionados e com altos salários. Na Cemig, segundo ele, são mais de 700 pessoas empregadas sem concurso em funções de chefia, direção e assessoramento, com um salário médio de R$ 38 mil. Vou parar por aqui...

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