Então é Natal...

Dizem por aí que a melhor época do ano chegou. Dezembro, com as suas festas de fim de ano, foi realmente, por muitos anos, a melhor época para se comemorar. O melhor período para o comércio, para quitar dívidas, para agradar amigos e familiares com presentes, sem falar nas milhares de confraternizações e tradicional ceia natalina, realizada no dia 24. Mas, de uns tempos para cá, infelizmente, dezembro não é mais a melhor época do ano, principalmente para os servidores públicos do Estado. Até a posse de Fernando Pimentel (PT), em 2015, 13º era sinônimo de garantia e de mesa farta. Se não fosse sinônimo de fartura, era de contas pagas. Mas, em 2017, essa história mudou drasticamente.

Usando a desculpa de que a crise nacional afetava os cofres do Governo do Estado, o tão amado 13º salário virou sinônimo de incerteza e de luta para os servidores estaduais. Depois de anos, era a primeira vez que os funcionários estaduais amargavam a “melhor época do ano” sem fartura na mesa, sem dívidas pagas, sem presentes. O benefício não tinha data para ser pago, e o jeito era se “virar nos 30” para ter um fim de ano no mínimo decente. Pois, enquanto as mesas estavam vazias e as árvores de Natal eram singelas, as dos políticos transbordavam, independente de 13º ou não. Quem viveu a situação se lembra bem que o benefício foi pago em quatro parcelas em 2018, quitadas de janeiro a abril.

E a situação não mudou. Pimentel não deixou somente o governo no fim do ano passado, mas as mesas dos servidores vazias mais uma vez. Junto com Pimentel, ficou a marca da transformação da “melhor época do ano”. A alegria desta ocasião já não existe mais, pois, desde 2017, o funcionalismo público precisa passar suas celebrações como dá. O benefício foi pago em suaves prestações pelo atual governador, Romeu Zema (Novo), durante 2019, e muita gente nem sabe o que fez com o dinheiro. Clama. Não acabou. Mais uma vez, o servidor público, tanto municipal quanto estadual, apenas vive a expectativa do pagamento do benefício até o fim do mês. Junto com eles está o comércio local, pois o benefício dá uma injeção e tanto na economia. Grande movimentação e milhões são esperados todo dezembro pelos lojistas. E, assim como os servidores, os comerciantes tiveram que aprender a viver o fim de ano como dá. O pagamento do benefício em dia, como manda a lei, não era e parece não ser a prioridade dos governos.

Mais uma vez, a “melhor época do ano” pode ser  transformada em pesadelo. A incerteza da ceia de Natal, dos presentes, das dívidas pagas, das férias e das viagens toma conta dos destes trabalhadores; e a angústia, temendo a queda nas vendas, toma conta do comércio. O jeito é os servidores mostrarem que são brasileiros e o que fazem de melhor: se adaptar e se conformar, pois o “povão” que só tem esta “regalia” uma vez por ano parece caminhar para um fim de ano angustiante. Mas é só a do povo, porque em muitas até sobrarão pratos caros. Pagos por quem? Por quem não terá sobra nem de um chester, infelizmente. É a melhor época do ano que chegou...

 

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