Encontro reúne história de Arcos

 

Matheus Augusto

Resgatar e preservar a história de Arcos. Esse é o objetivo do “Encontro de Arcoenses Ausentes e Amigos de Arcos”, que acontece no dia 13 próximo. O evento será realizado no Espaço Nordesta, em Vargem dos Britos. A expectativa dos organizadores é de receber 600 pessoas, entre convidados e homenageados.

O encontro conta com o apoio de cerca de 60 pessoas, responsáveis pela divulgação do evento e contribuição na venda de convites. Além disso, esses patronos auxiliam na recepção dos convidados e no andamento da confraternização.

Encontro de gerações

É assim que os organizadores do evento definem o encontro. Segundo uma das voluntárias da comissão executiva, responsável pela execução da confraternização, Simone Natália Fernandes, o evento visa celebrar a história de Arcos.

— Nosso objetivo é realmente homenagear a nossa história, promover um grande encontro entre gerações e resgatar o orgulho de ser arcoense — ressalta.

E não é apenas para quem é natural de Arcos. O “Encontro de Arcoenses Ausentes e Amigos de Arcos”, como o próprio nome diz, também contempla quem não nasceu na cidade, mas se identifica com o município.

— O foco é reunir o maior número possível de arcoenses natos que residem em outros municípios e também pessoas que viveram aqui, apaixonaram-se pela cidade e nossa gente para uma tarde de reencontros com amigos e /ou familiares que ainda moram em Arcos — explicam os organizadores.

Programação

O encontro terá início às 11h, quando um dos pioneiros na promoção do evento, Edmar Roque, será homenageado. Além disso, os moradores da cidade com 90 anos ou mais serão agraciados.

A confraternização está marcada para as 13h, com término previsto para as 18h. Segundo a comissão executiva, o evento contará com a participação do Grupo de Seresteiros de Arcos, além de outras atrações históricas.

História viva

Como homenageados, os nonagenários e centenários não pagam ingresso. Eles também vão receber uma comenda no dia.

— A intenção é essa: reunir essas pessoas para um grande resgate da memória, propiciando um encontro de gerações. Por exemplo, o grande momento vai ser a homenagem aos nonagenários e centenários da cidade. Arcos tem 80 anos, mas essas pessoas têm 90 ou mais. Ou seja, elas são a memória viva da nossa cidade. Elas lembram quando ela era um curral, quando não era nada. Então, [elas] são parte da história viva da cidade — explica Simone.

Ainda de acordo com Simone, está sendo providenciado transporte para os nonagenários e centenários que, financeiramente, não têm condições de comparecer ao evento.

Nós estamos providenciando transporte para os nonagenários e centenários que têm baixa renda. A festa não tem fins lucrativos. A festa não tem cunho religioso, nem político. É reunir, realmente, a população de todas as classes sociais, em especial os homenageados, independente de qual família ou classe social eles pertencem.

Memória

Simone conta que o próprio processo de entrega dos convites já tem emocionado os homenageados.

— Nosso presidente está fazendo a entrega dos convites para os nonagenários. Ele fez uma sindicância e foi na casa de cada um para conferir a documentação e ver se, realmente, a pessoa estava viva e tinha aquela idade. Então, não é aleatório. Todos eles receberam o convite em mãos. Eles, os homenageados, não pagam para ir ao evento e ainda vão receber uma comenda. Você chega para visitar e entregar o convite, eles perguntam “Fulano ainda é vivo? Ele estudou comigo”, “Fulano foi namorado da minha colega”. As pessoas estão ficando emocionadas de pensar que vão ao evento — afirma.

Homenagem

Um dos homenageados no evento será Edmar Roque, que, neste ano, completaria 70 anos. Edmar foi um dos pioneiros na realização do evento.

O Edmar Roque é arcoense, que foi para Belo Horizonte com 17 anos. E ele sempre foi um incentivador desse encontro. Esse evento era feito em Belo Horizonte para agrupar as pessoas que tinham saído da nossa cidade para ir viver lá. (...) O Edmar era dono de uma rede de restaurantes e ele sempre foi uma pessoa que gostava de promover esse encontro — relatou Simone.

Edmar também ajudava no financiamento dos encontros.

— Além de gostar de encontrar os conterrâneos, ele era um grande incentivador financeiro. Nas últimas três festas, todo o serviço de buffet foi bancado por ele, pela alegria que ele tinha de reunir as pessoas lá — contou.

Apesar de tradicional, o evento não tem seu período definido. O último aconteceu há cerca de oito anos. Além disso, é uma das poucas vezes em que ele ocorre em Arcos, visto que, com frequência acontecia na capital mineira.

— Essa festa sempre foi realizada em Belo Horizonte. Este ano que vai ser realizada em Arcos. Já houve uma vez, há uns 30 anos, em que ela ocorreu aqui. Neste ano, como estamos fazendo essa homenagem os nonagenários e centenários, a gente resolveu trazer para Arcos para que essas pessoas pudessem visitar a cidade e ver o quanto se desenvolveu. (...) Está vindo gente do exterior, de outros estados; estão vindo pessoas que nasceram na cidade, mas nunca mais retornaram — destaca Simone.

De volta

Muitos arcoenses vivem em outras cidades, seja por motivos profissionais ou pessoais. Para essas pessoas, sem família vivendo em Arcos, o encontro é também uma oportunidade de revisitar o município.

— Até agora não descobrimos nenhuma outra iniciativa inédita, pioneira, em homenagear as pessoas da cidade e trabalhar a memória viva da cidade. (...) Às vezes, a pessoa não tem motivo para voltar e visitar Arcos, agora tem um ótimo motivo, que é rever os amigos. Vai ser uma festa de muitas emoções, muitos reencontros — afirma Simone.

Arquivos

Além da memória imaterial, presente nas lembranças dos moradores de Arcos, o evento contará com itens simbólicos da história da cidade.

— Nós temos uma pessoa na cidade que cuida do acervo, da memória de Arcos, de objetos que foram de pessoas muito especiais, fundadores da cidade. Então, as pessoas, ao se desfazerem de coisas que pertenciam a cidadãos antigos, acabam doando para ele. A gente chama de Museu do Enéas. E ele vai levar todo esse acervo para o local do encontro — conta Simone.

Ingressos

Os ingressos podem ser adquiridos tanto em Arcos quanto em Belo Horizonte. Na capital mineira, basta procurar o Restaurante Casa dos Contos (rua Rio Grande do Norte, 1065, Savassi). Já em Arcos, o ponto de venda está localizado na avenida Governador Valadares, 171, loja 13, Centro. O telefone de contato é (37) 3351-0665.

O primeiro lote custa R$ 130. Como o evento não tem fins lucrativos, em caso de lucro, este será doado para entidades assistenciais da cidade.

 

 

 

 

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