Empregos formais migram para o MEI na confecção em Divinópolis

Confeccionistas preferem terceirizar para pagar menos impostos

 

Pablo Santos 

 Se o emprego formal no parque fabril da confecção em Divinópolis amarga uma sequência de retração, os optantes pelo Microempreendedor Individual (MEI) estão em franca expansão. A formalização do setor confeccionista cresceu 21% em 12 meses no polo. Para fugir da tributação alta, empresários incentivam a terceirização e mais profissionais abrem seus negócios pagando impostos mais baratos. Por outro lado também, os trabalhadores enxergam a oportunidade te der seu próprio negócio.   

Conforme os dados colhidos pelo Agora, existem 2.633 optantes pelos simples em seis das principais ocupações do MEI na cidade até 25 de agosto. No mesmo período ano passado, estavam registrados 2.160 microempreendedores, ou seja, crescimento de 21% representando 470 inscritos no MEI, conforme os dados do Portal do Empreendedor. 

Neste mesmo período, o emprego com carteira assinada da confecção caiu na cidade. Foram encerradas 705 vagas de julho de 2016 ao mesmo período deste ano, de acordo com os dados do Ministério do Trabalho. 

Na opinião do presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), Marcelo Marcos Ribeiro, as empresas preferem terceirizar o serviço a contratar funcionários devido à alta carga tributária praticada pela União. 

— O interessado em montar uma empresa prefere abrir o MEI por ser mais barato quando se compara a empresa convencional. A queda no emprego ocorreu porque as facções optam pelo MEI e costuram em casa. Os empresários em alguns casos até incentivam a terceirização para se manter no mercado diante da crise. É melhor terceirizar em cinco facções do que ter 15 costureiras na empresa — comentou Ribeiro. 

Qualidade   

Se por um lado se economiza com tributos, a terceirização prejudica a qualidade das peças produzidas. 

— É prejudicial a terceirização para o setor. Se perde na capacidade de produção e qualidade, porque se produz fora do domínio da empresa. Mesmo que se qualifica o terceirizado não é a mesma peça com os valores agregados acompanhados pelo chefe da produção dentro da empresa — analisa Marcelo. 

 Setor  

Dos 2.633 formalizados até o momento na cidade no setor confeccionista, o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios tem o maior número de optantes pelo MEI no setor. São 1.188 inscritos na modalidade neste ano, contra 1.007 do mesmo período do ano passado, representando um avanço de 17%, de acordo com o Portal do Empreendedor. 

A confecção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas e as confeccionadas sob medida está na segunda posição com 633 inscritos neste ano. Já em 2016 eram 490 optantes pelos simples, ou seja, alta de 29%. 

A facção de peças do vestuário, exceto roupas íntimas, já tem 469 inscritos neste ano, contra 390 do mesmo período de 2016, representando crescimento de 20%. 

Com alta de 23%, a confecção sob medida de peças do vestuário, exceto roupas íntimas, tem 229 optantes pelo MEI neste ano e, no exercício anterior, 185 registrados. 

Outros serviços de acabamento em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário respondem por 62 microempreendedores contra 50 do ano passado. 

A estamparia e texturização em fios, tecidos, artefatos têxteis e peças do vestuário tem 27 cadastrados no MEI e o facção de roupas profissionais somam 25. 

 

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