Emprego na metalurgia cai 90%

Pablo Santos

A indústria metalúrgica do Centro-Oeste de Minas Gerais levou um tombo na geração de empregos em 2019 quando comparada com o exercício anterior. O desempenho da economia no ano passado frustrou as expectativas devido a uma série de fatores e o volume de empregos despencou 90% em 2019, ainda sem os números de dezembro.

De acordo com os dados da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) foram criadas, de janeiro a novembro do ano passado, 79 vagas de trabalho na região Centro-Oeste na indústria da metalurgia. No mesmo período de 2018, as oportunidades abertas somaram 803 nas empresas na região, correspondendo a uma queda de 90,16%, apontaram os números oficiais da Fiemg.

O Instituto Aço Brasil destacou alguns fatores para o declínio na geração de empregos e também na produção.

— Mercado interno deprimido no 1º semestre, mercado externo em turbulência associado aos problemas enfrentados no abastecimento de minério de ferro, devido à tragédia de Brumadinho, levaram a indústria brasileira do aço a apresentar resultados abaixo das previsões — afirmou em nota técnica o instituto.

Os dados de 2019 ainda não foram encerrados, mas as estimativas do instituto são de queda nas vendas internas de 2,3% em relação a 2018, somando 18,5 milhões de toneladas, e de 2,4% no consumo aparente, que deve atingir 20,7 milhões de toneladas.

— A indústria brasileira do aço deve ter queda de 8,2%, somando 32,5 milhões de toneladas neste ano. As importações devem aumentar 2,1% em relação a 2018, totalizando 2,5 Mt e as exportações devem cair 6,7%, devendo atingir 13,0 Mt — destacou o instituto.

Apesar do declínio já esperado, em 2020, a expectativa é de retomada. Segundo os dados do instituto, o Índice de Confiança da Indústria do Aço (Icia) de novembro atingiu 62,2 pontos, o maior patamar desde abril, quando o indicador começou a ser apurado. O índice de expectativas para os próximos seis meses ficou em 68,8 pontos, o que aponta forte otimismo dos empresários do setor sobre o futuro. A produção de aço em 2020 deve crescer 5,3%, chegando a 34,2 milhões de toneladas, enquanto as vendas internas devem ter aumento de 5,1%, somando 19,4 Mt. Já o consumo interno tem estimativa de crescimento de 5,2%, com volume de 21,8 Mt.

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