Em uma semana, surgem 76 casos de dengue na cidade

Maria Tereza Oliveira

A dengue está cada vez mais presente na rotina dos divinopolitanos. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em apenas uma semana, surgiram 76 novas ocorrências na cidade. Em comparação com 2018, quando ao longo de todo ano foram confirmados 77, percebe-se a evolução de um ano para outro. Os números continuam saltando a cada semana e, até o momento, a cidade tem 309 notificações, sendo 118 deles confirmados. Embora ainda não seja considerada epidemia, o sinal de alerta já está ligado.

A Prefeitura realiza, desde o início do verão, diversas ações para controlar a situação, como a realização de mutirões de limpeza, além do uso de fumacê.

Conforme informou a Semusa à reportagem, o último mutirão de limpeza foi realizado no sábado, 23, nos bairros Jardim Brasília, Walquir Resende, além do prolongamento do Walquir Resende e LP Pereira.

Já em relação ao fumacê, o carro de Ultra Baixo Volume (UBV) foi utilizado ontem e na próxima segunda-feira, 1º. A Semusa explicou que o carro fumacê é usado de acordo com o número de casos notificados e que sua utilização precisa ser liberada pela Superintendência Regional de Saúde.

Crescente assombrosa

O crescimento constatado de casos em curto período assusta. No dia 11 deste mês, eram 209 registros, de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (SES). Na segunda passada, 18, aumentaram 24 casos, ou seja, o número de ocorrências era de 233. Ontem, todavia, a Semusa informou os surpreendentes 309 casos, um acréscimo de 76 notificações, 32,62%, a mais.

Se comparados os casos de 2019 com o do ano passado, a situação fica ainda mais dramática. Enquanto ao longo dos 12 meses de 2018 foram confirmados 77 casos da doença, nos três primeiros deste ano já são 309, sendo 118 já confirmados.

Embora o verão já tenha acabado, a preocupação com a dengue ainda continua. No ano passado, por exemplo, foram registrados casos de dengue em todos os meses. Março é tradicionalmente um mês mais chuvoso e, consequentemente, mais propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Contribuição

Não basta apenas esperar que o Município faça a fiscalização. A população tem papel indispensável no combate aos focos, que estão entre os principais motivos para o alastramento da doença.

Os cuidados e atenção para água parada em recipientes são essenciais para combater o mosquito transmissor, não só da dengue, como também da zika, chikungunya e febre amarela.

Mesmo com todas as campanhas de conscientização, muitas pessoas se descuidam, acabam criando ambientes propícios para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para o aumento dos casos.

Por este motivo, a Semusa aposta na ajuda da comunidade, não apenas para manter suas residências sem focos, mas também para denunciar situações de água parada para que a equipe realize o trabalho de limpeza e notifique os proprietários.

Para denunciar, basta ligar no disque dengue: (37) 3221-3722, ou pelo aplicativo AppDivinópolis, disponível para Android e iOS.

Prevenir é o melhor remédio

O contraste entre os números de ocorrências de um ano para o outro apontam para um comportamento: as pessoas teriam relaxado na prevenção.

Apesar de ser um assunto comentado e debatido constantemente, a prevenção muitas vezes é deixada de lado, o que facilita a proliferação do mosquito.

De acordo com o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa), 38,6% dos focos foram encontrados em baldes, latas e recipientes de plásticos e pneus.  Pratos e vasos de plantas, pingadeiras, bebedouros de animais e planta aquática respondem por 26,4% do total de focos encontrados. Ralo, caixa de passagem, sanitário em desuso e fonte ornamental totalizaram 19,3%. Já caixa d’água, tanque, poço, tambor e manilha são 14,9%. Outros 0,8% estavam em depósitos naturais, como bromélia.   

A Vigilância em Saúde ressalta que é importante lembrar de ações simples, como tampar caixas d’águas, deixar garrafas com a boca para baixo e, se o terreno for propenso ao acúmulo de água, realizar a limpeza e drenar o líquido.

Outras medidas de prevenção incluem limpar bem piscinas, aquários, calhas e acumuladores de água. Colocar areia em vasos de plantas também ajudar a evitar o acúmulo de água e, consequentemente, um foco da dengue.

De acordo com a Prefeitura, o bairro com mais ocorrências é o Rancho Alegre.

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