Em todas as cidades a Copasa desrespeita o cidadão, diz Tolentino

Candidato promete nulidade de contrato em 1º de janeiro; ele também explica propostas para outras áreas

Paulo Vitor Souza

O candidato à Prefeitura pelo Cidadania, Fabiano Tolentino, promete medidas duras contra a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). Na abertura da série de entrevistas com os postulantes ao cargo, realizada pelo Agora, o ex-deputado federal aponta a dificuldade da empresa em cumprir com o abastecimento para toda a população.

— Em todas as cidades, a Copasa desrespeita o cidadão e faz o mesmo com os divinopolitanos. É importante destacar que,  entrando para a Prefeitura, se Deus quiser, no dia 1º de janeiro, nós vamos fazer o contrato de nulidade com a empresa, porque ela está atrasada com as obras desde 2016, já tinha que estar com a ETE pronta, e também não consegue servir água para a população de Divinópolis — disse.

Propositor da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa de Minas (ALMG) para tratar sobre a atuação da Copasa na cidade, o então deputado estadual levou a ação para mais de 30 municípios pelo estado. Uma das principais críticas do candidato é em relação às obras estruturantes prometidas pela empresa de abastecimento, além da falta de investimentos, que, segundo ele, colocariam fim a problemas enfrentados pela população em relação à falta de água.

— Cabe ao próximo prefeito mudar o jogo, virar a mesa, e isso é entrar com a nulidade, tendo em vista que a Copasa não é uma estatal, e sim uma empresa de economia mista, e no Marco Regulatório do Saneamento diz muito certo que, enquanto uma empresa de economia mista, ela tem que participar e em Divinópolis não foi assim. Buscando essa situação jurídica, nós entraremos com a nulidade e cabe a ela entrar na Justiça, reclamar — defendeu.

O novo Marco do Saneamento citado por Tolentino fixa metas e inaugura novo modelo de gestão descentralizada nas empresas estaduais. Entre os objetivos do novo marco está o estímulo de investimento privado por meio de licitação entre empresas públicas e privadas, fim do direito de preferência a empresas estaduais e a perda de execução de serviço por parte daquelas que não cumprirem metas estabelecidas. 

O novo documento do saneamento visa ainda levar água potável para 99% da população nacional até 2033, e coleta e tratamento de esgoto para 90% do país até dezembro do mesmo ano.

Educação 

Questionado sobre o status de “cidade universitária” que Divinópolis alcançou nos últimos anos e a dificuldade do poder público de resolver problemas como iluminação e transporte, o candidato afirmou que a solução se dará por meio do projeto “Cidade Inteligente”.

— Essa questão começa sempre com uma boa iluminação. Nós temos um projeto chamado “Cidade Inteligente”, vamos trocar todas as lâmpadas de mercúrio por lâmpadas de led, vamos passar fibra óptica em toda a cidade, ou seja a internet vai estar em todos os pontos da cidade, gratuita. Vamos ter mais ou menos 500 câmeras para vigiar todo o fluxo. Desta forma já diminuímos o problema da criminalidade e chegamos à porta das faculdades — falou.

O candidato do Cidadania promete ainda fomentar o ensino superior na cidade por meio do turismo gastronômico e comercial. Ele salientou a qualidade das universidades Cefet e UFSJ, trazidas por intermédio de seu companheiro de chapa, Jaime Martins (DEM).

Recuperação de Nascentes

Uma das realidades ambientais do município é a degradação das nascentes, devido à ocupação irregular em Áreas de Proteção Permanente (APPs) e acúmulo de lixo em locais impróprios. Tolentino diz que vai se inspirar em políticas ambientais realizadas em outros municípios.

— Quando eu era vereador, fui a Extrema, no Sul de Minas, que tem um projeto maravilhoso que abastece hoje o Complexo Cantareira de São Paulo, porque lá eles cercaram as nascentes, reflorestaram e o produtor recebe para produzir água. Este projeto eu quero implementar em Divinópolis, óbvio que gradativo, a gente começa pequenininho e depois vai crescendo. Eu espero que em Divinópolis nós possamos fazer isso, porque, quando produzimos água, nós alimentamos o rio — finalizou.

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