Em causa própria

Preto no Branco 

A atuação dos políticos brasileiros envolve diversas funções e obrigações infelizmente desconhecidas pela maior parte da população. A primeira delas, legislar. Isso, mesmo em prol dos eleitores que os elegeram, é o que menos fazem, visto que usam esta prerrogativa para si mesmos. Em ano eleitoral, em que serão escolhidos os representantes municipais por quatro anos, os eleitores mais do que nunca precisam se ater a estas questões para não correrem o risco de passar pelo mesmo flagelo a cada processo eleitoral que escolhem mal seus representantes. Como fazer isso? Levantar de sua poltrona confortável, sair da frente do computador e telefone, e parar de acreditar em tudo que lhes prometem. Ou aposta em alguém que tenha no mínimo discernimento e senso de justiça, ou vai continuar “tirando da boca” para pagar caro quem só olha para o seu próprio umbigo. 

Causas do povo 

As obrigações básicas de um parlamentar, dispensa relembrar aos candidatos, mas é necessário bater na mesma tecla junto à população. Ao ser eleito, um vereador, por exemplo, precisa se constituir em advogado de causas comunitárias, recebendo, assim,  permanentemente demandas vindas da sociedade, sejam individuais ou coletivas. Isso inclui reivindicações ou mesmo propostas de soluções para problemas que são apresentados e reivindicados. Daí, cabe a ele ser uma espécie de  interlocutor da sociedade junto aos poderes públicos, cobrar e buscar resultados. Lindo no papel, no entanto, quando chega na prática, deixa muito a desejar. Tem muitos por aí, inclusive em Divinópolis, que não foram capazes de criar um projeto sequer durante seu mandato de quatro anos. A não ser dar nome a ruas ou praças de alguém que já morreu para angariar votos junto aos familiares. Falta de senso, de pensar no geral e, principalmente, de criatividade. 

Legítimo representante 

É o que deveria ser do povo, mas não é, há anos luz. Visão ampla, que legisla, fiscaliza e mantém diálogo aberto e permanente com a sociedade, dentro de um trabalho conjunto. Feito isso, participaríamos, sem dúvida, de uma sociedade mais justa. No entanto, se assim agissem, como é sua obrigação, não teríamos uma desigualdade gigantesca, uma das maiores do mundo. Na verdade, quem faz essa função atualmente é a imprensa. Há muito tempo vem fazendo o papel do político e acaba sendo odiada  por isso. Pergunta se os políticos têm um relacionamento cordial com os meios de comunicação, ou pelo menos os admiram. É claro que não, pois fazem o seu papel sem cobrar nada. A rivalidade, às vezes, chega a ser maior do que com seu próprio adversário. Muitos travam guerra, ameaçam e até processam. Simplesmente pelo fato de ser cobrado ou criticado por não fazer o mínimo que deveria. Para esses, e que por aqui tem muitos, só lamentamos. Além de incompetentes para aquilo que foram escolhidos, são egoístas e hipócritas.

Ouvir calado 

É o que deveria fazer sempre o político que fosse alvo de críticas e cobranças. Afinal, quem não está preparado para isso é indigno de ocupar um cargo público. A imprensa tem papel fundamental neste processo, é quem atua ao lado da população e jamais vai se calar diante de reclamações e ameaças de alguém que ocupe um cargo público ou candidato que o almeja. O Agora já foi vítima diversas vezes, e continua, de pessoas deste nível, que querem calar no grito. Mas não vão conseguir, sabe por quê? Deveria temer é quem tem algo a esconder ou não cumpre com suas responsabilidades. A nós, cabe levar  auxílio para quem não tem vez nem voz, e pode ter certeza, é muita gente. Todo mundo enganado por promessas que nunca são cumpridas, por inescrupulosos que se vestem de anjos e, principalmente, por estes aí que ameaçam a imprensa a se calar em situações que vocês jamais teriam conhecimento, se não fosse por ela. Estamos aqui exatamente para ajudar cada eleitor a se livrar de lobos que se encarnam na pele de cordeiros e vão para as redes sociais te convencer que são representantes de Jesus na Terra. Com eles, tem que ser um olho aberto e outro fechado. E continuamos de olho!

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