Educadores aprovam continuidade da greve em MG

Gisele Souto

Uma assembleia geral ontem com participação de profissionais de todo o estado, professores e servidores da Educação confirmou a continuidade da greve por tempo indeterminado. Movimento começou ontem, quando em boa parte das escolas não teve aula. A paralisação pode deixar milhares de estudantes sem aula em todo estado. Vários educadores usaram o microfone para expor a situação da categoria. Uma delas foi a presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras (CTB) e do Sipro-MG, a representante de Divinópolis, Valéria Morato. Em discurso, ela levou o abraço das entidades que representa a todas as mulheres educadoras e reafirmou apoio à luta dos profissionais da educação.

– O que queremos e lutamos é por dignidade! – afirmou.

 A coordenação do movimento é Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE) e a reunião foi no Pátio da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

A presidente do sindicato em Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, revela que os professores estão há mais de dez anos na luta para conseguir o piso salarial nacional.

– Há um acordo de longo prazo entre os servidores e o governador Fernando Pimentel (PT) em 2015 para que ele chegasse a pagar o piso salarial em 2018, mas, neste momento, ele descumpre – explica.

A sindicalista revela que percentuais de adesão serão divulgados nos próximos dias.

Reivindicações

Entre as exigências, estão o pagamento do Piso Salarial conforme acordo assinado entre o sindicato e o Governo do Estado, fim do parcelamento dos salários e do 13º, pelo cumprimento dos acordos assinados e atendimento de qualidade pelo Ipsemg.

Sem propostas e correndo o risco de se desmobilizarem enquanto aguardam algum retorno, a discussão feita no Conselho Geral e a assembleia aprovaram a deflagração da greve ontem.  

De acordo com a direção do sindicato, a intensidade e a abrangência da mobilização serão fundamentais para a negociação.

A luta

Após sete anos de lutas pelo pagamento do piso salarial, três grandes e intensas greves em 2015, dois acordos descumpridos pelos governos, a categoria conquistou uma lei estadual com a política do Piso Salarial Profissional Nacional.

A Lei Estadual 21.710/15 garantiu o pagamento de vencimento básico e não mais o subsídio, os reajustes anuais do piso e estabeleceu uma política de pagamento e incorporações de abonos para que, em julho de 2018, o governo pague o piso salarial.

A categoria aceitou um processo de longo prazo, abriu mão naquele momento de várias outras questões salariais e de carreira, com o objetivo de conquistar o piso. No entanto, de acordo com o sindicato, contrariando a legislação estadual e o próprio acordo assinado, o Governo Estadual acumulou dois reajustes (2017 e 2018) sem o pagamento à categoria.

Além da assembleia à tarde, houve reunião com o Conselho Geral do movimento ontem pela manhã. Nova reunião para discutir a continuidade do movimento será no próximo dia 15.

Resposta

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação (SEE) disse que trabalha para cumprir o acordo firmado em 2015. Informa ainda que alguns pontos do combinado já foram cumpridos, como reajustes dos vencimentos. 

 

 

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