E o vice?

Editorial 

O cenário político em Divinópolis está cada dia mais “quente”. As chapas vão se formando e tudo, aos poucos, vai ficando um pouco mais claro para o eleitor. Na última semana, houve a confirmação de que o pré-candidato a vice-prefeito da chapa encabeçada por Jaime Martins (DEM) é ninguém menos que Fabiano Tolentino (CDN). É inegável que esta é uma chapa de “peso” que, se for confirmada no dia 26 de setembro, trará muita dor de cabeça aos adversários, afinal, todos sabem da influência que tanto Jaime quanto Fabiano têm na cidade e fora dela. Mas o que chama a atenção nesta composição é ter dois políticos renomados “no mesmo lugar”, sendo um a prefeito, e o outro a vice. O que parece é que egos e vaidades foram colocados de lado, para que os concorrentes não tenham muita chance no pleito.  

Apesar de ter um papel quase que figurativo durante uma gestão, é de suma importância que o eleitorado conheça o vice do seu favorito a ocupar a cadeira maior do Município. E essa lição os eleitores divinopolitanos têm que fazer direitinho, pois, no ano passado, por pouco, a população não viu o vice de Galileu Machado (MDB), Dr. Rinaldo Valério, assumir a Prefeitura. Todos sabem que o Brasil vive o momento do populismo, do “jogar para a galera”, e que impeachment é quase a mesma coisa que “bom dia” – só Galileu enfrentou seis pedidos na Câmara. E é justamente por isso que o eleitorado deve conhecer bem a chapa que vai votar, e não só dos concorrentes à Prefeitura, afinal, apesar de os candidatos populistas estarem ganhando a cada dia mais destaque, com o seu – velho – discurso de renovação, todos sabem que a política brasileira ainda é baseada em troca de favores, e que Executivo não funciona sem Legislativo, e vice e versa. 

É preciso que o eleitor tenha consciência e não se iluda, pois um vice pode, sim, derrubar um prefeito, um governador, ou seja o que for, se for de seu interesse. E é justamente por isso que se deve conhecer também o vice da chapa, pois, caso isso aconteça, a cidade tem tudo para ficar em boas mãos. Por mais que os discursos de “eu sou a mudança”, “eu sou a renovação”, “não aguentamos mais a velha política” agradem aos ouvidos, é primordial deixar a paixão de lado e raciocinar, afinal, todos já viram que voto não é brincadeira. Enquanto um pré-candidato à Prefeitura de Divinópolis disse que o vice não tem papel importante, e outros falam que os seus vices não terão gabinete montado, ou ocuparão outros cargos ou sequer têm vices, já dá para perceber um pouco que desmerecer um “companheiro” de gestão não é o melhor caminho para se trilhar e trazer a tal “mudança”. 

Com as eleições se aproximando e o cenário cada dia mais claro, a responsabilidade do eleitor aumenta, e a ele só cabe colocar em prática um velho ditado que diz “seja você a mudança que quer ver no mundo”. Sim! Acreditar em histórias da carochinha e no primeiro discurso bonito de renovação não vai tirar Divinópolis do buraco. Para ir além, para ser a mudança no mundo, não é necessário muito, preste apenas atenção naquilo que pode estar bem à sua frente, pois nem tudo que reluz é ouro. E o vice pode não ser tão figurativo assim. 

 

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