E o servidor?

É público e notório o descaso com o qual o Governo do Estado vem tratando os servidores e as prefeituras de Minas Gerais. O Agora já relatou inúmeras vezes os casos em que serviços essenciais à população são afetados pelo atraso dos repasses das prefeituras, que é feito pelo Estado. Quem também amarga a má gestão de Fernando Pimentel (PT) são os servidores. Na verdade, eles estão pagando, com juros, o preço por um governo desorganizado.

Foi em 2003 que os servidores estaduais descobriram o que era receber o seu salário integral, no quinto dia útil de cada mês. Até então, isso nunca havia acontecido na história de Minas Gerais. Quem é servidor, ou parente de algum servidor estadual, lembra-se perfeitamente do pagamento feito em chamada. Cada dia uma “levada” de servidores era pago. Em 2003 essa história mudou e perdurou até fevereiro de 2016, quando, um ano após ter assumido o Governo de Minas, Pimentel começou o escalonamento dos salários.

Já não bastasse parcelar os salários, o petista comprometeu também o 13° salário dos servidores. O benefício foi pago em quatro vezes e as festas de Natal, que antes eram regadas a fartura de comidas e presentes, deram espaço para a frustração de não viver o momento como o excelentíssimo governador e seu secretariado devem ter vivido, levando em conta seus gordos salários. A verdade é que 2018 está quase no fim e, após um ano tenso, com a constante incerteza se o salário seria creditado ou não, agora vem a agonia: os servidores terão 13°?

Durante a sua campanha, Pimentel chegou a condicionar a regularização do pagamento dos salários dos servidores à sua reeleição. O petista usou o que é de direito dos funcionários do Estado, como moeda de troca. Pimentel e sua equipe, em busca de mais votos, e de se manter no poder, chegaram até mesmo a “melhorar” o escalonamento dos salários. No dia 2 de outubro, o Governo de Minas anunciou a unificação da escala de pagamento para todos os servidores e marcou uma reunião com o comitê dos servidores para o dia 22 deste mês para discutir o pagamento do 13° salário.

O primeiro turno passou, e o petista ficou em terceiro lugar no pleito – coisa que não foi grande surpresa – o que já era esperado. A tal reunião para discutir o pagamento do benefício foi adiada. E o Executivo Estadual anunciou uma nova data para o encontro? Não! Agora vem a incerteza: o servidor terá 13°, ou amargará a frustação mais uma vez? Este é só mais um drama que aqueles que se dedicam ao serviço público terão que viver até dezembro.

São atitudes como essas dos políticos que mostram que o eleitor é apenas uma massa de manobra, utilizada por eles a cada dois anos para conseguirem o que desejam. Eles usam e abusam do eleitor. Vendem até terreno no céu se for preciso para se manter no poder. E, o alvo sendo conquistado ou não, a única coisa que o eleitor ganha no final de tudo é uma baita dor de cabeça, pois tudo continua do mesmo jeito que era antes, com a população pagando a conta e a corrupção correndo solta.

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