E ele chegou... Que venha o frio

Amnysinho Rachid 

Acredito muito que não gosto de frio por ter nascido no mês de julho, aquela coisa de sair do quentinho, do ventre da mãe, e enfrentar o mundo no inverno.

Acho até que o frio antigamente era muito pior que hoje, me lembro de levantar cedo para ir à escola e ter de colocar aquele short do uniforme com as pernas de fora geladas. E quem não sofria para lavar o rosto e escovar os dentes com aquela água gelada e ainda escutava a mãe dizer: “Anda rápido, moleza, agora mesmo esquenta”?

Uma das coisas que mais lembro era o peso dos cobertores antigamente. Naquela época, não existiam estas mantas levinhas e superquentes, a gente literalmente enfiava debaixo das cobertas e tinha dificuldade até de mexer.

Na roça, usava-se muito de esquentar tijolos no fogão a lenha e colocar debaixo da cama na hora de dormir, colocar jornal dentro do sapato era também uma maneira de aquecer.

Sempre fui muito alérgico e sofria com as blusas de lã, até hoje não sou muito de usar casacos de frio.

Sempre achei engraçado o povo dizer que no inverno a moda é mais sofisticada. Não vejo nada disso. A maioria, com aquela quantidade de roupas, uma em cima da outra, fica mesmo parecendo um colchão amarrado. Com aquele nariz vermelho do resfriado fica uma peça.

Só uma coisa é muito boa nesta época: a alimentação! Como não se deliciar com as guloseimas do inverno? Deliciosos caldos, massas, carnes elaboradas, pães, bolos, tortas e tudo mais que nos dá aquela sensação de carinho, como já dizia minha avó: alegria vem das tripas.

Nesta época quem não gostava de banho se deliciava, me lembro que no grupo escolar para saber se o colega tomava banho era muito fácil. Despistado, você riscava a nuca do colega com a caneta. No outro dia, verificava se o risco ainda estava lá, quase sempre ainda estava, aí era uma zoação total, “Sujismundo”, todo mundo gritava.

Na nossa infância, o bullying ainda não tinha sido inventado e os apelidos eram fáceis de aparecer naturalmente. Era bem provável virar um cascão ou gambá.  

E nós continuamos na luta por dias melhores, com máscaras e muito álcool em gel... Tok Empreendimentos, rua cristal, 120, Centro. 

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