E agora, José?

Já circulam pelos corredores da Câmara, e do Centro Administrativo quem serão os possíveis adversários de Galileu Machado (MDB) – pré-candidato declarado – nas eleições do próximo ano. A corrida nem começou e já tem gente queimando a largada. A verdade é que o cenário não é dos melhores para Divinópolis. O prefeito de Divinópolis é filiado ao antigo Partido Movimento Democrático Brasileiro, atual Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que sem sombra de dúvidas se viu naufragar junto com o PSDB, logo após o impeachment da ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff (PT). O PMDB foi fundado em 1966, e quem acompanha a política nacional de perto, já sabe que a sigla é como uma “folha de bananeira”: vai para onde o vento toca a seu favor. Em 2016 o vento tocado pelo PSDB “favorecia” o PMDB, então, o partido fechou os olhos e se jogou de cabeça para emplacar o seu representante, Michel Temer (MDB).

Sem vencer nenhuma eleição, o partido assumiu três vezes a presidência do Brasil. O primeiro governo federal do PMDB se iniciou em 1985, com José Sarney. Ele assumiu a Presidência por causa da morte de Tancredo Neves, também peemedebista, que venceu a eleição indireta em janeiro daquele ano, mas adoeceu e morreu antes mesmo de tomar posse. O segundo foi Itamar Franco, que assumiu o posto 1992, após o impeachment de Fernando Collor de Melo. Por fim, após orquestrar um golpe magnífico, o partido emplacou Michel Temer.

Por termos um país dividido entre PT e PSDB, o PMDB “andava” livremente em todos os setores e fazia todo tipo de conchavo. Ele se juntou ao PSDB e orquestrou o golpe contra Dilma Rousseff. Tudo foi minimamente planejado, menos um ponto: os eleitores, que estão cada vez mais conectados e exigentes. Ao orquestrar o golpe, o partido viu sua reputação ir para a lama. Como em um naufrágio, a legenda se abraçou ao PSDB e teve que amargar as águas frias de um oceano qualquer.

E a água fria foi implacável, levou o partido para o fundo de um oceano qualquer, respingando até mesmo nos diretórios municipais. Uma das tentativas foi mudar o nome de PMDB para MDB. Queriam a todo custo desvencilhar a imagem de orquestrador do golpe à sigla. Tentativa inútil. O partido perdeu sua relevância e agora trabalha para construir uma estratégia conjunta para as principais disputas municipais de 2020. Em Divinópolis, com um governo marcado por escândalos políticos como a prisão do assessor especial, a oferta ilícita de cargo, o alto número de cargos comissionados nomeados na Prefeitura e a perseguição implacável da oposição, a pergunta é: o MDB conseguirá se reerguer ou o governo Galileu só colocará “a cal” por cima de algo que parece já estar morto e enterrado?

O cenário político para 2020 já começa a ser formado, e este é o momento em que o eleitor deve começar a fazer suas reflexões para que, de 2021 para frente, não haja tanta abertura de CPIs e inúmeros pedidos de impeachment. Se o cenário não é dos melhores, e nele está incluso as estratégias do MDB, o jeito é ter atenção redobrada, porque depois não adiantará perguntar: e agora, José?

 

 

 

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