Dos muitos mundos: Saltimbanco

Antônio de Oliveira 

Visão de mundo. De que mundo? São tantos os ambientes, tantas as culturas, tantos os panoramas, tantos os recortes, tantos os retábulos, tantos os nichos, tantos os entornos e contornos, tantos os hábitos e costumes, tantos os idiomas e dialetos... Sem contar os mundos imaginários, da ficção científica, da ficção literária, da ficção (realidade?) virtual e de cada um, cada uma. Mais que visão de mundo, realizamos construções e desconstruções do mundo, cada um, cada uma, à sua maneira. Como será o mundo de uma prostituta, de um monge, de um ditador, de um escravo, de um saltimbanco?

O espetáculo circense "Saltimbanco", criado em 1992, narra e representa a história de um garoto que vive numa metrópole e vê as transformações por que passam sua cidade, objetivamente, e sua vida, subjetivamente.

Muito se tem escrito sobre o Cirque du Soleil, sem dúvida nível top hoje em matéria de entretenimento circense, com seus apresentadores, músicos e cantores, fisiculturistas, trapezistas, equilibristas, malabaristas, bailarinos e palhaços de padrão internacional. Uma babel ambulante, um circo faz a alegria de uma aldeia. Canadense de origem, esse circo arma sua tenda e se transforma em aldeia do Sol, em aldeia global, na expressão do também canadense Marshall McLuhan.

Coreografia deslumbrante, cenário exuberante, guarda-roupa vistoso e chamativo na sua policromia, aparato de souvenirs, antes e depois do espetáculo, música ao vivo, forte, mas que não chega a ser trepidante, trilha sonora característica, e, sobretudo, trabalho de equipe, infraestrutura, organização, movimento, equilíbrio, domínio do corpo resultante de aptidão genética e exercício ginástico para vigor físico. Beleza decorrente da harmonia de corpos ágeis e sarados, masculino ou feminino.

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