Dois pesos e duas medidas

Augusto Fidelis

Em 2019, no segundo semestre, uma série de incêndios ocorreu em países da América Latina, particularmente na região amazônica, sendo a maioria dos focos em território brasileiro. Houve gritaria internacional e volta da ideia de se internacionalizar a Amazônia, porque o Brasil é incapaz de preservar a floresta pulmão do planeta, segundo a mídia e outras personalidades. Emmanuel Macron, a pirralha Greta Thunberg, Leonardo DiCaprio e o papa Francisco destacaram-se.

No entanto, praticamente no mesmo período, incêndios consumiram centenas de hectares de florestas nas regiões oeste, centro e sul da França, tendo os bombeiros levado semanas para apagá-los. Simultaneamente, incêndios devastaram o estado da Califórnia, Estados Unidos, obrigando mais de 50 mil pessoas a abandonarem suas as casas, além de prejuízos bilionários e vidas ceifadas.

Desde setembro do ano passado, portanto na mesma época em que desenvolviam as queimadas no Brasil, e ainda continuam em 2020, incêndios medonhos devastam a Austrália, que já perdeu metade da vida silvestre do país, além 2.500 prédios destruídos, incluindo 1.300 casas, 25 mortos e 28 desaparecidos.

Enquanto isso, Macron destilou todo seu veneno contra o Brasil, reativando a visão colonialista da França, que até hoje explora suas ex-colônias africanas. No mais, está com muitos problemas internos. Que o digam os “coletes amarelos”. Macron silenciou-se sobre os incêndios no seu país, nos Estados Unidos e na Austrália.

Depois de ter arrasado corações enquanto protagonista do filme Titanic, lançado em 16 de janeiro de 1998, Leonardo de Caprio não viu o mesmo sucesso. Nada melhor do que aproveitar a situação e se expressar politicamente contra o Brasil, país de terceiro mundo, segundo a sua visão. Incêndios no seu próprio país, na França e na Austrália não têm lá muita importância. Greta Thunberg, depois de desmascarada, aquietou-se. Nesta semana, depois de muito provocada, animou-se a postar alguma coisa sobre a Austrália na sua conta no Twitter, mas discretamente.

No dia 24 de dezembro de 2009, uma mulher de 25 anos, chamada Susanna Maiolo, pulou as grades na Basílica de São Pedro e se atirou sobre o papa Bento XVI, que caminhava em procissão para a missa de Natal. Socorrido pelos seguranças e refeito do susto, Bento XVI prosseguiu sereno e resignado. No dia 31 de dezembro de 2019, ao ser segurado intempestivamente pelo braço por uma mulher chinesa na Praça de São Pedro, para falar sobre a situação dos cristãos na China, o papa Francisco xingou-a e bateu-lhe na mão. Sinto saudade de Bento XVI!

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