Divinopolitanos relatam impacto do aumento no preço dos combustíveis

Levantamento mostra alta no valor da gasolina, etanol e diesel; imposto do óleo foi reduzido

Bruno Bueno

O preço dos combustíveis continua aumentando em Divinópolis. Conforme levantamento realizado pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Econômico Sociais (Nepes) da UNA, nos dias 21 e 24 de outubro, o valor da gasolina comum e aditivada, diesel e etanol cresceu em comparação ao mesmo período de setembro. 

A pesquisa foi feita em 15 estabelecimentos diferentes em postos localizados nos bairros Centro, Icaraí, Porto Velho, Bom Pastor, Rancho Alegre, Manoel Valinhas, Niterói e São José. Preços promocionais, conforme a pesquisa, não foram considerados.

 

Resultados

Segundo a pesquisa, o preço médio da gasolina comum aumentou 4,36% ‒ antes R$ 6,442, e agora R$ 6,723 ‒  quando comparado ao último levantamento. A gasolina aditivada, por sua vez, subiu 5,39% ‒ antes R$ 6,659, e agora R$ 7,017. Os dados também mostraram a elevação do preço do etanol. Se antes o valor médio do combustível era R$ 4,948, agora já chega a R$ 5,106, um crescimento de 3,19%. O preço médio do diesel aumentou 4,28%, com variação de R$ 4,948 para R$ 5,106.

O menor preço da gasolina comum encontrado foi de R$ 6,599, enquanto o maior foi de R$ 6,799, o que representa uma variação de 3,03%. O valor da gasolina aditivada variou 3,62%, com o menor custo de R$ 6,897 e o maior R$ 7,147. Já o preço do etanol foi de R$ 4,950 como menor registrado e R$ 5,259 como maior, representando uma variação de 6,24%. Por fim, conforme os dados, o valor do diesel variou 6,02%, contabilizando o menor preço como R$ 4,949 e o maior como R$ 5,247.

 

Impacto

O alto valor dos combustíveis tem impactado e prejudicado os divinopolitanos. O profissional de educação física Otávio Campos relata que está optando por outros meios de transporte.

— Com esse preço não rola. Estou indo trabalhar de ônibus e, às vezes, até de bicicleta. Gosto muito de dirigir, mas meu carro consome muita gasolina. Meu gasto semanal já chegou a R$ 150 só com combustível e eu só uso o carro para trabalhar — conta.

O valor também tem sido impactante para quem depende do combustível para trabalhar. O motorista de caminhão Armando Beraldino conta que o preço do diesel vem atrapalhando o lucro de seus fretes.

— O valor é absurdo. Eu preciso do diesel para trabalhar. Um frete de R$ 100, por exemplo, às vezes gasto R$ 40 somente com o combustível. Sem contar o pedágio. Como sobreviver assim? Está difícil trabalhar— disse.

Armando também reclama da enorme variação do preço do diesel.

— Tem dia que a gente vai abastecer e o preço está R$ 4 o litro. No outro dia, quando volto, aumentou para R$ 5. Não dá pra saber quanto vou ter que colocar no caminhão, já que cada dia é uma realidade diferente —  afirma.

 

Reduziu

O governador Romeu Zema (Novo) tenta alinhar ações para impedir que os tanqueiros de Minas Gerais voltem com a paralisação ‒ ocorrida após os aumentos dos combustíveis ‒, que foi suspensa na última semana após promessas do político. Após anunciar que iria congelar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre o óleo diesel, o Estado divulgou que o imposto será reduzido.

A taxa do ICMS do diesel no estado, que era 15%, passa, a partir do próximo dia 1º de novembro, para 14%. A queda faz com que a redução do imposto seja de 6,5%. O ICMS  ficará em R$ 0,708344 (diesel S500) e R$ 0,715764 (diesel S10) a partir de novembro.

— Considerando que o aumento do valor do combustível, decorrente dos reajustes constantes da Petrobras, tem consequências diretas no custo de vida dos mineiros, o Governo de Minas vai congelar o ICMS do diesel no Estado a partir desta segunda-feira — afirmou nas redes sociais.

O presidente do Sindicato das Empresas Transportadoras de Combustíveis e Derivados de Petróleo do Estado de Minas Gerais (Sindtanque-MG), Irani Gomes, comentou sobre as mudanças no imposto.

— Essa medida que o governador Romeu Zema tomou pela manhã (congelamento) foi uma vitória que tivemos depois da greve dos transportadores de combustível e petróleo do Estado de Minas Gerais. Mas ainda não atende completamente. Nós queremos a redução do ICMS, que era de 12% e passou para 15% (agora será 4%). Esse é um pedido da nossa categoria e nós esperamos que o governador tenha sensibilidade.

 

Repercussão

A redução gerou enorme repercussão nas redes sociais. O internauta Gleison Oliveira parabenizou o governador pela atitude, mas ressaltou que a redução no imposto também deve ocorrer no preço da gasolina.

— Atitude louvável, governador. Só que existem pessoas que fazem entregas em pick-ups também. Rodamos mais de 5.000 km por mês na gasolina. Por que zerar apenas o diesel? — ressaltou.

Outros internautas questionaram o motivo da mudança repentina, já que, antes de reduzir, o governador havia informado que iria congelar o imposto.

 

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