Divinópolis tem quase 600 casos suspeitos de coronavírus

Da Redação

A situação do coronavírus (Covid-19) continua exigindo a atenção das autoridades em Saúde. Os dados divulgados ontem pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mantêm Divinópolis como a 5ª cidade de Minas Gerais com mais casos confirmados da doença no estado ‒ o número de confirmações subiu de nove, no dia 30, para 13, ontem. 

No entanto, os dados divergem. Segundo o boletim divulgado ontem pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), a cidade conta com 11 casos confirmados e 577 suspeitos. Apesar de os idosos serem o grupo de risco, oito das confirmações são mulheres (três entre os 20 e 39 anos, e cinco entre 40 e 59 anos). Já entre os homens contaminados, dois estão na faixa etária entre 20 e 39, e outro entre 40 e 59.

Conforme informou a Semusa, os dados reforçam a gravidade do cenário. Em 21 de março, a cidade contava com 143 casos notificados e, em dez dias, o número subiu para 630.

A Prefeitura havia divulgado seu último boletim na segunda-feira,  30, quando eram contabilizadas 471 notificações, 441 suspeitas, nove confirmações e 21 diagnósticos descartados. Na terça-feira, 31, o boletim não foi divulgado por uma falha no sistema do Ministério da Saúde.

Minas Gerais

A SES atualizou ontem o cenário do estado frente à pandemia: 34.018 casos suspeitos e 314 confirmados. Além da terceira morte testada positivo para a doença, a secretaria informou que ainda investiga as amostras de 45 vítimas fatais. 

No boletim, Divinópolis aparece como a quinta cidade com mais casos confirmados de coronavírus (13), atrás de: Belo Horizonte (188), Juiz de Fora (24), Nova Lima (19) e Uberlândia (14). 

Em breve…

Outra ação anunciada pelo poder público municipal no combate à doença, o hospital de campanha montado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), ainda não tem data para entrar em funcionamento, mas já está sendo montado no estacionamento do local. A Prefeitura anunciou a principal parte da estrutura deverá ser instalada ainda nesta semana. Como destacou o secretário de Saúde, Amarildo Sousa, no início da semana, serão 40 leitos disponibilizados para o atendimento de infectados pelo coronavírus ‒ 20 para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 20 para pacientes em observação.

— A estrutura física ficará para urgências e pacientes com sintomas respiratórios, e a área dos contêineres para os atendimentos de rotina da UPA. Estaremos separando os dois atendimentos, porque os pacientes que são acometidos por alguma enfermidade, que não o coronavírus, continuarão a adoecer e eles precisam de um pronto-atendimento — explicou o secretário.

O valor aprovado para o custeio do hospital de campanha é de quase R$ 1,5 milhão por mês, recurso a ser bancado pelo plano de contingência estadual, segundo Amarildo. Como o orçamento prevê a compra de todos os insumos necessários para a manutenção do espaço, caso não seja realizada a aquisição de tais materiais, o valor investido não será gasto integralmente.

O hospital vai dispor de milhares de equipamentos médico-hospitalares como respiradores, soros, monitores multiparâmetros, álcool, capotes, seringas e esparadrapos. Estarão disponíveis também, agulhas, catéteres, algodão, luvas, máscaras, além de mais de 8 mil insumos médicos como ceftriaxona, dipirona e paracetamol — informou a Prefeitura.

Estrutura

Desde a última semana, o estacionamento da UPA tem recebido manutenção, como na rede elétrica, para receber o hospital de campanha.

— De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), a estrutura contará com dez contêineres para tratamento dos pacientes. Um contêiner para estoque de equipamentos, um gerador elétrico, equipamentos para o esgotamento sanitário, bombas de infusão e materiais de limpeza. Toda a estrutura está dentro das normas do Ministério da Saúde — comunicou a Prefeitura.

Para funcionar, o órgão busca a contratação de 79 profissionais: 40 técnicos de enfermagem, 16 médicos intensivistas, oito enfermeiros e oito auxiliares de serviços, dois agentes administrativos, dois fisioterapeutas, um psicólogo, um coordenador médico e um coordenador geral.

Contra o tempo

O secretário de Saúde já havia destacado que Divinópolis, por ser a primeira cidade de Minas a confirmar um caso de Covid-19, precisou ser a primeira a se adiantar ao governo e tomar atitudes contra a doença. Seguindo essa linha de atuação, Amarildo vê como fundamental a instalação do hospital de campanha para lidar com o número de pacientes.

— Nós estamos enfrentando uma situação em emergência em saúde. Nosso trabalho é correr contra o tempo e realizar todas as medidas preventivas, em defesa da saúde do nosso município. O hospital de campanha será mais um aliado neste momento tão difícil — conclui.

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