Divinópolis tem média de dez casos suspeitos de dengue por dia

 

Matheus Augusto

Entra semana e sai semana e não há otimismo para os divinopolitanos em relação à dengue. Os números continuam crescendo: já são 1.202 notificações na cidade. De acordo com os parâmetros estabelecidos pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), o município tem uma incidência superior a 500 casos a cada 100 mil habitantes, sendo classificado como muito alta. É primeira vez que Divinópolis atinge esse patamar neste ano.

Com esse indicativo, para cada 192 pessoas “saudáveis”, uma tem suspeita de dengue. Além disso, a cidade tem uma média de dez notificações por dia.

Crescente

Os casos de dengue têm aumentado em uma escalada frenética. Em janeiro, o número de notificações foi o menor: 31. A partir de então, o índice só aumentou. Em fevereiro e março foram 141 e 289 ocorrências, respectivamente. Abril foi o mês com maior incidência, sendo 703. Ou seja, uma média de 23 registros por dia.

Segundo o boletim da SES, atualizado pela última vez ontem, nos primeiros seis dias de maio já foram contabilizadas 38 notificações.

Medidas

Apesar de a infestação continuar a se espalhar na cidade, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) adotou uma série de medidas a fim de combater o mosquito Aedes aegypti. Os mutirões de saúde continuam acontecendo aos sábados. O “Dia D”, tradicionalmente em abril, foi antecipado para fevereiro.

Funciona na Policlínica, desde a última semana, um ambulatório para a hidratação de pacientes com casos considerados não graves. Uma vez atendido na unidade de saúde, a pessoa pode, em casos leves, receber os cuidados no próprio local ou receber o encaminhamento para o ambulatório. Quem tiver o caso de dengue classificado como grave, será encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto.

A intenção é dar suporte às unidades básicas de saúde, organizando e distribuindo, de forma mais sitematizada, os pacientes. A UPA teve um aumento de 30% nas buscas por atendimento desde o surto de casos de dengue na cidade. O Governo de Minas ficou de repassar R$ 750 mil, até ontem, para a unidade. O valor é referente ao adiantamento de seis meses de verbas para manutenção da UPA. Outras 31 prefeituras também devem receber o benefício. Segundo informou a SES, a ação faz parte do pacote de medidas para o combate à dengue em municípios com alta incidência.

Outra ação comum para o combate a dengue é a aplicação de fumacê. Porém, tal medida está indisponível no momento, visto que o Estado ainda não repassou o produto.

Outras cidades

Itapecerica, por exemplo, com pouco mais de 21 mil habitantes, registrou 38 notificações, sendo classificada com índice médio. Em Carmo do Cajuru, a situação é crítica. Com incidência muito alta, a cidade já tem 122 casos suspeitos.

Da macrorregião Oeste, apenas duas cidades registraram um número maior de ocorrências por dengue do que Divinópolis: Nova Serrana, com 1.441, e Arcos, com 2.893 suspeitas.

Ainda de acordo com o boletim epidemiológico, divulgado ontem pela SES-MG, dos 54 municípios da macrorregião Oeste, 26 estão classificados com incidência muito alta, quatro com situação alta, e 14 com média. Apenas dez cidades estão com o indicador em silencioso ou baixo.

Minas

Divinópolis segue o rumo de Minas Gerais: em todo o estado já são quase 210 mil casos de dengue, entre confirmações e suspeitas. Ao todo, são 25 mortes, sendo Betim com nove, Uberlândia com oito, Unaí com dois e Contagem com também dois; Arcos, Frutal, Ibirité e Paracatu registraram uma morte cada. Outros 82 casos fatais continuam em análise.

Em Divinópolis, a Semusa confirmou duas mortes em decorrência da dengue. As vítimas foram uma mulher, de 69 anos, moradora do bairro Santa Clara, e um homem, de 77, que residia no Niterói. As amostras foram enviadas à SES para análise e validação dos exames.

Divinópolis está entre os 147 municípios com incidência muito alta. A cidade é também uma das dez, com população entre 100 e 400 mil habitantes, a registrar mais de 300 casos a cada 100 mil pessoas. 

Assim como no município, abril foi o mês com o maior número de ocorrências no estado, sendo contabilizados 82.130 casos. Segundo a SES-MG, este ano tem seguido a tendência de anos endêmicos, porém com menor intensidade que em 2016 e 2013, anos com grandes epidemias. 

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