Divinópolis tem caso suspeito de febre hemorrágica

Ricardo Welbert

A Vigilância Epidemiológica de Divinópolis investiga o segundo caso suspeito de febre hemorrágica de 2018. A informação foi confirmada ao Agora na tarde desta terça-feira, 24, pela Secretaria de Saúde. 

Segundo informações publicadas pelo portal "G1", a vítima é um idoso de 81 anos que deu entrada no Hospital Santa Mônica na sexta-feira, 20, com febre alta e dores no corpo. Ele morreu nesta segunda-feira, 23.

A principal hipótese é de que a febre hemorrágica esteja relacionada à febre maculosa, doença transmitida pelo carrapato-estrela.

— O filho do idoso disse que há oito dias a vítima teria caminhado pelo Parque da Ilha, no bairro Niterói, onde passou mal e ficou caído na mata por cerca de 15 minutos até ser socorrido por outros frequentadores do local. Ele afirmou ter tirado carrapatos do corpo do pai na ocasião — informa a publicação.

Após ter sido picado por carrapato o idoso teve febre de 38.8 °C, seguida de dores abdominais. Os sintomas se agravaram na segunda-feira, o paciente foi internado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), mas não resistiu. Amostras de sangue foram colhidas e enviadas para análise na Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte.

Primeiro caso

No dia 1º de julho uma jovem de 24 anos morreu após dar entrada no Hospital São João (HJSD) com dores no corpo e febre alta. Ela foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no dia 30 de junho e transferida para o hospital no mesmo dia, mas também não resistiu. 

Alerta

Durante a manhã desta terça a secretaria divulgou que reforça as ações educativas sobre os perigos da febre maculosa. Agentes de saúde percorrem nesta data locais considerados como de risco da doença. O objetivo é alertar sobre a forma de transmissão, sintomas e cuidados no caso de suspeita. O trabalho começa por locais usados para caminhadas próximos ao rio Itapecerica.

As pistas de cooper dos bairros Santa Clara/Bom Pastor, Porto Velho e Parque da Ilha são consideradas de risco em decorrência do grande número de capivaras encontradas nesses locais.

— O animal é considerado um dos principais reservatórios do carrapato-estrela ou micuim, transmissor da doença. Mas esse carrapato hematófago também pode ser encontrado em bois cavalos, cães, aves domésticas e roedores — explica, acrescentando que agentes da pasta também já fizeram dedetização no Parque da Ilha.

Minas Gerais é considerado como área endêmica para esse tipo de doença, o que coloca todas as autoridades em saúde do estado em alerta.

A doença começa abruptamente com um conjunto de sintomas semelhantes aos de outras infecções: febre alta, dor no corpo, dor da cabeça, inapetência, desânimo. Depois aparecem pequenas manchas avermelhadas, as máculas, que crescem e tornam-se salientes, constituindo as maculopápulas.

Não existe vacina contra a febre maculosa brasileira. O diagnóstico precoce é importante para dar início ao tratamento porque a taxa de letalidade da doença é elevada.

Recomendações

Evite o contato com carrapatos. Se estiver em uma área em que possa haver, tome as seguintes precauções divulgadas pelo serviço de saúde:

- Examine seu corpo cuidadosamente a cada três horas pelo menos, porque o carrapato-estrela transmite a bactéria responsável pela febre maculosa só depois de pelo menos quatro horas grudado na pele.

- Use roupas claras porque facilitam enxergar melhor os carrapatos.

- Coloque a barra das calças dentro das meias e calce botas de cano mais alto nas áreas que possam estar infestadas por carrapatos.

- Tenha cuidado ao retirar o carrapato que estiver grudado em sua pele.

- Não se esqueça de que os sintomas iniciais da febre maculosa são semelhantes aos de outras infecções e requerem assistência médica imediata. Esteja atento ao aparecimento dos sintomas comuns a vários tipos de infecção e procure um médico para diagnóstico diferencial.

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