Divinópolis tem até dia 30 para não perder complexo esportivo

 

 

Ricardo Welbert

A Prefeitura de Divinópolis tem até o próximo dia 30 para convencer a empresa que obteve o segundo lugar na licitação para a construção do Centro de Iniciação Esportiva (CIE) a prestar o serviço. Como o resultado saiu em novembro do ano passado e houve demora do governo Galileu (PMDB) na assinatura da ordem de serviço, a firma campeã e a segunda colocada anunciaram que desistiram da empreitada. A terceira colocada aceita, mas exige reajuste de preço – coisa que o Ministério do Esporte, de onde viriam os R$ 3,6 milhões previstos, não permite.

Durante pronunciamento na Câmara nesta terça-feira, 17, o vereador Eduardo Print Júnior (SDD) criticou o que afirma ser “incompetência do governo atual governo” para que a obra começasse.

— Esse é mais um caso de obra planejada na gestão anterior e ignorada pela atual, à qual caberia apenas assinar a ordem de serviço, mas demorou a fazer isso. Galileu quis mudar o CIE do modelo 3 para o modelo 2, mas não conseguiu. Com o passar do tempo, o governo federal impôs que a obra seria feita no modelo 3 ou não seria feita — afirmou. (Saiba detalhes do projeto no box)

A poucos dias para o fim do prazo, o governo municipal convocou as  empresas que participaram da licitação. A primeira delas considerou que se passou tempo demais e, com isso, a planilha de custos ficou defasada. A segunda usou o mesmo argumento e ambas anunciaram desistência. A terceira disse que faria a obra se houvesse atualização de valores, mas o governo federal não permite.

— Falta de avisar não foi. Desde o começo deste ano eu tenho falado muito aqui na Câmara sobre o prazo para começo das obras do CIE, cuja elaboração do projeto eu acompanhei de perto ao longo da gestão passada, quando fui secretário de Esportes. Por isso, hoje sinto pena por ter de vir à Tribuna para dizer à população que dificilmente Divinópolis terá o CIE. Culpa da incompetência da atual gestão, pois se ela tivesse assinado o começo das obras pelo modelo 3, que foi aprovado pela Câmara, a primeira etapa da construção já estaria terminando — ressaltou.

Ainda segundo o vereador, Divinópolis possui três ginásios – os dos bairros Niterói e Santo Antônio dos Campos (Ermida) e o do Centro. Mas os três, afirma Print Júnior, são muito inferiores aos do CIE.

— O CIE seria um complexo esportivo com duas quadras e pista de atletismo. Coisa que não temos nem na região — frisou.  

Por um fio 

Procurada pelo Agora, a Usina de Projetos da Prefeitura afirmou que se esforça para convencer a empresa que ficou em segundo lugar a aceitar realizar o serviço pelo valor já orçado.

— Sabemos que o prazo está curto, mas estamos fazendo um esforço junto à segunda colocada, que talvez possa ter interesse em iniciar a obra. Se ela iniciar já nos próximos dias e fizer a medição até dia 30, a obra será mantida — citou a Usina.

A expectativa do governo é por uma resposta positiva da empresa, que deve sair hoje ou amanhã. Caso ela não aceite a proposta e o prazo vença, o Município perderá o investimento federal.

 

 

Por dentro do CIE

O Centro de Iniciação Esportiva seria construído em um terreno de 7 mil metros quadrados no bairro Icaraí. Teria um ginásio poliesportivo com capacidade para 195 pessoas e uma pista de atletismo que o tornariam apto a receber 13 modalidades olímpicas, seis paraolímpicas e uma não olímpica.

Em 10 de dezembro de 2013 a Prefeitura anunciou que o então prefeito, Vladimir Azevedo (PSDB), esteve em Brasília para assinar um convênio com o Ministério do Esporte que garantiria a construção do CIE. Houve a promessa de que o local integraria a infraestrutura dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016.

— O município foi beneficiado com o modelo 3, de 7 mil m² e que abrange toda a estrutura de atletismo, ginásio poliesportivo com arquibancada para 177 lugares e área de apoio (administração, sala de professores/técnicos, vestiários, chuveiros, enfermaria, copa, depósito, academia e sanitário público. A estrutura comporta 13 modalidades olímpicas (atletismo, basquete, boxe, handebol, judô, lutas, tênis de mesa, taekwondo, vôlei, esgrima, ginástica rítmica, badminton e levantamento de peso), seis paraolímpicas (esgrima de cadeira de rodas, judô, halterofilismo, tênis de mesa, vôlei sentado e goalball) e uma não olímpica (futsal). A área de atletismo contempla as atividades de salto em altura, raia de atletismo de 110m, salto em distância/salto triplo e arremesso de peso — informou o governo à época.

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