Divinópolis se prepara para expansão do coronavírus

Maria Tereza Oliveira

Assim como anunciado pelo Ministério da Saúde (MS), o Brasil deve enfrentar um crescimento significativo no número de casos de coronavírus. E Divinópolis não deve ficar para trás. Autoridades de Saúde se reuniram ontem na Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) para tratar da expansão do vírus na cidade e preparar a população para evitar o contágio da doença. Mais informações serão repassadas às 14h de hoje, quando o secretário Amarildo Sousa e o Grupo Técnico de Enfrentamento ao Coronavírus participam de coletiva sobre os protocolos a serem adotados pela cidade.

Saúde

Desde antes da confirmação do primeiro caso de coronavírus em Divinópolis – e de Minas Gerais – a questão tem gerado apreensão na população. A doença – agora classificada como pandemia – se espalhou por países da Ásia e Europa, mas também chegou ao hemisfério sul, como no caso do Brasil. Ontem foi realizada uma reunião no Instituto do Coração em São Paulo (Incor). Neste encontro, especialistas da área alertaram sobre a gravidade do coronavírus no país. Por outro lado, apesar de não descartar a possibilidade de contaminação em massa no município, o vereador, médico e secretário da Comissão de Saúde na Câmara, Dr. Delano (MDB), tranquilizou a população sobre os efeitos da doença. De acordo com ele, “algumas nações estão faturando bilhões com o pânico das pessoas”.

Divinópolis

A “Cidade do Divino” iniciou a semana com o título de pioneira ao confirmar, no domingo, 8, o primeiro caso no estado. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) realizou na manhã seguinte uma coletiva para esclarecer a confirmação e o andamento de outros registros suspeitos na cidade. Apesar do diagnóstico positivo, o secretário Amarildo Sousa informou que não há, no momento, motivos para pânico.

De acordo com a diretora da Vigilância em Saúde, Janice Soares, além da paciente confirmada, o marido e os dois filhos estão em quarentena domiciliar – prazo necessário para o fim da transmissibilidade.

A paciente, de 47 anos, pousou no dia 2 de março em Belo Horizonte, após uma viagem à Itália. Três dias depois, com sintomas de gripe, procurou atendimento em uma rede particular de saúde, onde a suspeita foi identificada e, posteriormente, confirmada.

Ainda de acordo com o secretário de Saúde, após a confirmação do primeiro caso na cidade, outros potenciais pacientes se apresentaram, inclusive uma pessoa que estava no mesmo voo do registro confirmado.

Atualmente a Semusa estuda mais duas ocorrências suspeitas, que aguardam os resultados dos exames.

Doença lucrativa?

Ao Agora, Dr. Delano explicou que o risco de contaminação com o coronavírus é como qualquer tipo de doença transmitida por vírus, bactéria ou fungo.

— O estardalhaço que estão causando com esta doença é o mesmo que foi causado com H1N1 no passado, quando diziam que a população seria dizimada. Passamos muito bem pelo processo, inclusive com vacina disponível. Agora surgiu esse coronavírus, como vão surgir inúmeros outros vírus e doenças — salientou.

Dr. Delano contou que a maior média de mortes causadas pelo coronavírus foi de idosos que não procuraram um médico no início da doença.

— Temos de ter em mente que essas pessoas que estão morrendo são idosas ou portadoras de doenças crônicas. Não há casos de jovens que morreram em decorrência do coronavírus, imediatamente. Pensemos: se a gente tiver uma virose – que não tem a ver com o coronavírus – e não tratarmos, também podemos morrer. Então a doença, qualquer que seja, inclusive o coronavírus, tem de ter os sintomas cuidados imediatamente — disse.

O vereador pediu calma para a população em relação ao tema e criticou o “pânico” causado por alguns países.

— Tem alguma nação ficando bilionária com o coronavírus. Porque todos estão achando que as cidades serão dizimadas e todos morreremos, mas precisamos ter calma, pois passaremos pelo coronavírus, como passamos por outras doenças — prometeu.

Vírus no país

Apesar do entendmento do vereador, o número de pessoas infectadas pela doença tem se multiplicado. Até segunda-feira, 9, o Brasil contabilizava 25 casos. Ontem, o número já era de 60 – fora 19 casos que seriam repassados por estados para a União.

O Ministério da Saúde publicou uma portaria que define como serão feitos o isolamento e a quarentena para enfrentar a pandemia de coronavírus.

Nas normas, agentes de vigilância podem recomendar o isolamento para pessoas que tiveram contato próximo com alguém infectado enquanto o caso delas estiver sendo investigado.

Prevenção

Alguns métodos são usados com o intuito de evitar o contágio. O principal é referente a locais públicos ou com grande aglomeração de pessoas.

Os cuidados são os mesmos das síndromes virais. Caso a pessoa apresente esses sintomas, a recomendação é repouso, hidratação, usar o álcool em gel 70% para higienização das mãos e procurar uma unidade de saúde caso o quadro de saúde se agrave.

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