Divinópolis já registra 71 casos de dengue
Maria Tereza Oliveira
A dengue está se alastrando em ritmo acelerado por Divinópolis. Em uma semana surgiram mais 26 casos, mesmo com ações do Município para tentar controlar a epidemia, os registros continuam aumentando.
De acordo com levantamento feito pela Secretaria Estadual de Saúde (SES), até ontem eram 71 casos na cidade. Se comparar com a segunda-feira anterior, 4, eram 45 casos, 26 a mais. O que significa quase quatro casos por dia. A permanecer esta média, serão cerca de 120 casos em um mês.
Todo verão o país sofre com os casos da doença. O calor excessivo e as chuvas características da estação é combinação propícia para a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue.
Aumento de casos
A dengue assusta a cidade há semanas, desde que o Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa). O estudo revelou para o número exponencial de focos. Acompanhando o ritmo acelerado de focos, os casos também aumentam a cada semana.
De acordo com a Diretoria de Vigilância em Saúde, o levantamento foi realizado de 7 a 11 janeiro de 2019, e a cidade está com 5,9% de índice de infestação, de acordo com o parâmetro técnico do Ministério da Saúde, que considera acima de 4% risco alto.
Os casos têm se multiplicado rapidamente. No dia 24 de janeiro, a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou 12 ocorrências de dengue. No dia 28 do mesmo mês, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) revelou que na cidade havia 18 casos. No dia 30, a Semusa destacou as 28 notificações. Já no dia 4, a SES informou os 45 casos, até que ontem, o número fechou em 71.
Em menos de 20 dias, o número de casos aumentou em quase seis vezes.
Ações
A Semusa chegou a convocar uma coletiva de imprensa no último dia 30, para tratar do assunto. Na ocasião, a secretaria informou que os monitoramentos epidemiológicos semanais, revelaram para números parecidos com os dos anos em que houve epidemia.
Para tentar combater a doença, algumas medidas foram tomadas, como o adiantamento do “Dia D”. Tradicionalmente, ele é realizado em abril, porém, devido às circunstâncias, ocorrerá no próximo sábado, 16.
Além disso, desde o dia 28, a Semusa, por meio da Vigilância em Saúde, implantou uma “equipe de bloqueio” contra a dengue.
A equipe atua desde a segunda semana de janeiro e trabalha conforme as notificações recebidas pela Vigilância Epidemiológica de pessoas com sintomas de dengue, zika ou chikungunya.
Ela vai até o endereço informado e realiza ações de pulverização por bombas apropriadas de inseticida que age no mosquito. A pulverização tem uma ação pequena, quando considerado o tempo: menos de 12 horas.
Para combater os focos do mosquito, o efetivo de agentes foi reforçado, além da retomada de mutirões de limpeza e a antecipação de ações.
No dia 24 foi realizado um mutirão de limpeza contra o Aedes aegypti em quatro bairros: Serra Verde, Conjunto Habitacional Osvaldo Machado Gontijo, Alto das Oliveiras e Nossa Senhora da Conceição receberam a ação.
No último dia 9, o mutirão foi nos bairros Alvorada, Liberdade, Bom Pastor e Padre Libério recebem o mutirão contra a dengue.
No próximo sábado, Santa Rosa, Sidil e Paraíso serão os bairros beneficiados com a ação.
Encerrando o mês, no dia 23, Jardim America, São Vicente, Afonso Pena, São Sebastião e Santa Clara recebem o mutirão
Relaxamento
Uma das principais razões para o alastramento da doença são os focos de dengue. Por isso, a ação de prevenção por parte da própria população tem papel indispensável.
Os cuidados e atenção para água parada em recipientes são essenciais para combater o mosquito transmissor, não só da dengue, como também da zika, chikungunya e febre amarela.
Mesmo com todas as campanhas de conscientização, muitas pessoas se descuidam e acabam criando ambientes propícios para a proliferação do mosquito e, consequentemente, para o aumento dos casos.
Por este motivo, a Semusa aposta na ajuda da comunidade, não apenas para manter suas residências sem focos, mas também para denunciar situações de água parada para que a equipe realize o trabalho de limpeza e notifique os proprietários.
Para denunciar, basta ligar no disque dengue: (37) 3221-3722, ou pelo aplicativo AppDivinópolis, disponível para Android e iOS.
Por bem ou por mal
Com o aumento alarmante de casos, a fiscalização também se intensificou. O secretário de saúde, Amarildo Sousa, revelou que o Ministério Público (MP) deu o aval para que, ao visitar os imóveis, os agentes tenham autoridade para fazer seu trabalho, mesmo que o proprietário se recuse.
— Em alguns casos, teremos de usar a força policial — esclareceu.
Prevenção
Apesar de ser um assunto comentado e debatido constantemente, a prevenção muitas vezes é deixada de lado, o que facilita a proliferação do mosquito.
De acordo com o LIRAa, 38,6% dos focos foram encontrados em baldes, latas e recipientes de plásticos e pneus. Pratos e vasos de plantas, pingadeiras, bebedouros de animais e planta aquática respondem por 26,4% do total de focos encontrados. Ralo, caixa de passagem, sanitário em desuso e fonte ornamental totalizaram 19,3%. Já caixa d’água, tanque, poço, tambor e manilha são 14,9%. Outros 0,8% estavam em depósitos naturais, como bromélia.
É importante lembrar de ações simples, como tampar caixas d’águas, deixar garrafas com a boca para baixo e, se o terreno for propenso ao acúmulo de água, realizar a limpeza e drenar o líquido.
Outras medidas de prevenção incluem limpar bem piscinas, aquários, calhas e acumuladores de água. Colocar areia em vasos de plantas também ajudar a evitar o acúmulo de água e, consequentemente, um foco da dengue.