Divinópolis despenca em ranking de desenvolvimento

Ricardo Welbert

De 2013 a 2016 o desenvolvimento de Divinópolis despencou na educação, na saúde e na geração de empregos e renda. É o que mostra um índice divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) com base em dados oficiais.

O estudo monitora todas as cidades brasileiras. A avaliação varia de 0 a 1, sendo que quanto mais próximo de 1, maior o desenvolvimento.

São acompanhadas as áreas de emprego e renda, saúde e educação e avaliados conquistas e desafios socioeconômicos de competência municipal: manutenção de ambiente de negócios propício à geração local de emprego e renda, educação infantil e fundamental e atenção básica em saúde. 

Cada cidade é classificada em uma das quatro categorias do estudo: baixo desenvolvimento (de 0 a 0,4), desenvolvimento regular (0,4 a 0,6), desenvolvimento moderado (de 0,6 a 0,8) e alto desenvolvimento (0,8 a 1).

Em 2013, todas as categorias em Divinópolis tiveram pontuação entre 0,8 e 1 — ou seja, foram classificadas como de alto desenvolvimento. A maior pontuação foi percebida na saúde (0.8672), seguida por educação (0.8623) e emprego e renda (0.8071). A cidade ficou em 16º lugar entre as cidades mineiras e em 217º entre as brasileiras.

No ano seguinte, o segmento de emprego e renda foi o único a não pontuar o suficiente para ser classificado como de alto desenvolvimento. Passou a ser classificado como de desenvolvimento moderado (0.7469). A saúde se destacou (0.8823), seguida pela educação (0.8519). A posição da cidade no ranking estadual caiu para 21ª e despencou para 296ª no nacional.

Em 2015, o resultado de emprego e renda (0.6404) diminuiu 14%. A saúde e a educação obtiveram ligeiros aumentos (0.8884 e 0.8690, respectivamente). A nível estadual, a cidade caiu para o 25º lugar. A nível nacional, desceu para o 301º.

Em 2016 (última ano com dados disponíveis), emprego e renda amargaram nova queda com a pontuação de 0.6191, que é 3% menor que a de 2015. A saúde cresceu levemente (0.8930) e a educação retrocedeu bastante (0.8628). A colocação estadual naquele ano foi a 46ª e a nacional, 526ª.

Causas

De acordo com a Firjan, a crise econômica que começou a ser percebida em 2013 causou forte recessão no país e fez com que o nível socioeconômico de muitas cidades brasileiras retrocedesse nesses quatro anos.

— Foi o pior resultado da série histórica. A crise foi tão severa que, mesmo que emprego e renda cresçam nos próximos anos com variação média de 1,5%, o país só alcançará o nível de 2013 em 2027 — avalia.

José Elísio Batista, que ocupou cargos de chefia em pastas ligadas ao desenvolvimento econômico e sustentável durante quatro gestões na Prefeitura de Divinópolis e dirige a Agência de Desenvolvimento Sustentável, a cidade é reconhecida por analistas econômicos e de mercado como um “micro Brasil”.

— Os resultados do Município quase sempre refletem os do Brasil. Nas eleições nacionais, por exemplo, os eleitos costumam ser os mais votados por aqui. No setor econômico, além de refletir a crise nacional, Divinópolis ainda enfrenta a própria crise dentro da crise. O setor industrial foi o mais afetado pela crise nacional. Mas aqui, metalurgia e siderurgia, setores importantes da nossa economia, vêm sendo gravemente prejudicados desde 2013 — analisa.

 

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