Divinópolis bate recorde em homicídios

Rafael Camargos

Apesar dos números negativos quando se fala na taxa de homicídios em Divinópolis, que terminou o ano com o número recorde, as Polícias Militar e Civil avaliam 2017 positivamente. No total, foram registradas 61 mortes. No ano passado foram 53 de acordo com a Polícia Civil. Um aumento de 15,09%.

O tráfico de drogas continua sendo o principal responsável pelo aumento nos assassinatos, e representa mais de 50% das mortes na cidade, mas na conta entram ainda assaltos e confrontos entre bandidos e PM’s e crimes de lesão corporal dentre outros.
Os fatos citados trouxeram uma média de quase seis execuções por mês e, se no município o crescimento foi mais de 15%, segundo a PC, na região o crescimento passou dos 17%. Foram 262, e Divinópolis representa aproximadamente 22,6% deste número. Se for considerada a taxa a cada 100 mil habitantes, a cidade teve um aumento de 25%. Na região o crescimento foi de 22%.

Entre as cidades com mais de 10 mil habitantes, a maior taxa de homicídios foi registrada em Papagaios com 70,86%, já que a cidade tem apenas 15.516 habitantes, segundo o senso do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em seguida vem Pompéu com 66,43%. Já Itapecerica e Arcos são as que apresentam a menor média da região com 4,51% e 2,51%. Nesse ranking Divinópolis aparece em 9º lugar.

A motivação dos assassinatos é variada de acordo com a Polícia Civil. Em Divinópolis, por exemplo, o tráfico de drogas lidera com 58,6% dos crimes. Foram 37. Os latrocínios somam três; crimes passionais foram quatro; intervenção policial ou legitima defesa, dois e outras motivações 15.

Explicação

Para o delegado regional da Polícia Civil, Leonardo Pio, apesar do registro das ocorrências, o ano foi favorável, e isso se deve ao trabalho total realizado, não só levando em consideração o número de mortes.

— Apesar de termos registrado 61 homicídios, temos que analisar de um modo geral o resultado. O número de homicídios é maior, só que no decorrer das atividades houve confrontos entre a PM e os criminosos, houve um trabalho maior de fiscalização e operações. E na medida em que este trabalho começou a ser intensificado, tanto pela Polícia Civil, quanto pela Militar, começaram as disputas naturais pelos pontos de tráfico de drogas — argumentou Pio.

O regional explica que, apesar dos homicídios apresentarem alta, os crimes contra o patrimônio, por exemplo, apresentaram queda de 36%. 

— O ano foi muito positivo para a Polícia Civil — completou.

A Delegacia de Trânsito aumentou em 20% o número de vistorias e passou a realizar cerca de 180 procedimentos diariamente. Em 2017 foram emitidos 3.800. Ainda segundo o delegado, a cidade conta hoje com 136 mil veículos cadastrados e 100 mil motoristas habilitados.

No ano passado também foi implantado o Laboratório Toxicológico, que deve começar as atividades em março deste ano. A empreitada irá atender os 50 municípios da região Centro-Oeste.

Com apoio da população e com estratégias adotadas pela Polícia Militar (PM) ao longo de 2017, os números de crimes diminuíram significativamente em Divinópolis. Em comparação com os dados do ano passado, o município registrou mil roubos a menos, representando 36% de queda nesse tipo de crime. No início do ano, eram registrados em média oito roubos diários, mas a PM fecha o ano de 2017 com uma média de 3,3.

PM

Em 2017, assim como a Polícia Civil, a PM lançou diversas operações na tentativa de coibir os crimes na cidade. Segundo o comandante do 23º Batalhão da Polícia Militar, coronel Marcelo Augusto dos Santos, o grande número de operações refletiu nos números e acabou reduzindo algumas modalidades.  A maior presença de militares na rua gerou um aumento na sensação de segurança. O número de denúncias anônimas também cresceu, segundo a PM.

— Tivemos uma redução significativa nos crimes violentos representados pelos roubos e assaltos de 36%. Houve também a apreensão de um grande volume de armas de fogo. Analiso que o número de operações causou um aumento significativo e, com isso, conseguimos aumentar o saldo de veículos apreendidos, recuperados produtos de crime, prisão de pessoas, entendemos que os números são positivos, alguma coisa melhorou — frisou Marcelo.

Para o comandante, apesar dos bons números, o homicídio ainda é um problema.

— O grande empecilho é o número de homicídios. Mas se não fossem estas operações, a quantidade poderia ser maior — explicou e continuou:

 — Os assassinatos estão relacionados em 80% dos casos ao tráfico de drogas. Tivemos casos que o indivíduo tinha acabado sair do presídio e uma semana depois ele morreu porque estava jurado de morte, e isso não se pode adivinhar — finalizou.

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