Divinópolis amarga fechamento de vagas na confecção

Oportunidades para costureiro estão em baixa e para auxiliar de corte em alta

 

Pablo Santos

Costureiro na confecção em série é uma ocupação em baixa no vestuário nos primeiros sete meses de 2017. Já o auxiliar de corte está em alta no setor. A revelação é do levantamento do Núcleo de Pesquisa do Vestuário (Nupev) do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet). No geral, a cidade registrou o pior resultado entre os cinco polos confeccionistas de Minas Gerais. Se o emprego perde força, o faturamento cresceu.

Recebendo em média R$ 1.146 mensais, a ocupação de costureiro encerrou no acumulado do ano 55 oportunidades, que é o resultado de 97 contratações e 152 demissões.

Numa menor proporção, a segunda ocupação com maior corte de vagas de emprego na confecção é o encarregado de costura. De acordo com o Nupev, foram enceradas neste ano sete vagas e o salário mensal do profissional gira em torno de R$ 1.633, segundo maior vencimento pago pelo setor na cidade. Somente o de modelista recebe um pouco a mais: R$ 1.637. O ajudante de confecção está em empatado na eliminação de oportunidades formais de emprego com o encarregado de costura. Também com sete oportunidades fechadas, o salário médio chega a R$ 962,23.

Alta

O auxiliar de corte é uma ocupação em alta nos sete primeiros meses de 2017. Foram contratos 16 profissionais neste ano, para receberem mensalmente média de R$ 1.035. Já o costureiro, a máquina na confecção em série abriu 12 nos postos de trabalho, pagando em média R$ 1.123. Na terceira posição das ocupações com maior volume de contratação apareceu a arrematadeira, com 10. O salário pago chega a R$ 991,64.

MG

A pesquisa do Nupev analisou a criação de empregos dos polos confeccionistas de Divinópolis, Formiga, Muriaé, Juiz de Fora e Belo Horizonte em junho.

— O polo confeccionista de Belo Horizonte obteve o melhor resultado, com a criação de 21 empregos no mês de junho de 2017. O pior resultado foi o de Divinópolis, que registrou 213 desligamentos no mesmo período — destaca a pesquisa.

Muriaé, na Zona da Mata, fechou dez postos de trabalho em junho. Formiga abriu outras dez. Já Juiz de Fora, também na Zona da Mata, criou uma vaga a mais em relação a Formiga.

Faturamento 

Apesar de o emprego registrar declínio, a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) confirma alta de 24,6% no faturamento real em maio, no confronto com abril na região. Os números positivos superaram a média mineira, com acréscimo de 17%.

Nas horas trabalhadas, as indústrias regionais da confecção também foram melhores em relação à média de Minas Gerais: 17,9% na região contra 6,4% do estado em maio, na comparação com abril. A capacidade instalada da indústria da confecção regional subiu 7,7 pontos percentuais, enquanto em Minas foram 2,2.

No contexto estadual, Divinópolis é o maior polo, com 786 empresas e 26.501 pessoas empregadas, o que corresponde a 17,7% do total. A cidade é responsável por 21,4% da produção de confeccionados de Minas Gerais. Se considerar apenas vestuário, a participação sobe para 24,9%. O município tem 22,3% do pessoal ocupado e 20,8% das empresas.

 

Comentários