Direita ou esquerda?

Rodrigo Lico

Se buscarmos o conceito do surgimento epidemiológicos dessas vertentes, sabemos que estes termos advêm da Revolução Francesa (1789-1815), oriundos da Idade Contemporânea, quando se iniciam os debates de temas como política e ideologia e sua influência no mundo ocidental a partir do posicionamento conservador, liberal, progressista ou revolucionário, que os membros adotavam no período.

A polarização já era notória, existiam duas vertentes: os girondinos, considerados mais moderados e conciliadores, que ocupavam o lado direito da Assembleia Nacional Constituinte, e os jacobinos, mais radicais e exaltados, ocupavam o lado esquerdo, eis que aí se institui popularmente os termos direita/esquerda.

A partir daí, a comunidade científica, acadêmica, filosófica e intelectual começa a se declarar politicamente. Entre os nomes mais notórios da direita estão Donoso Cortez e Charles Maurras, e na esquerda Karl Marx e Bakunin. Em síntese, ambas as vertentes buscavam transformar o mundo, de acordo com suas convicções.

No Brasil, na última década, com a expansão tecnológica, essas definições são utilizadas com frequência e propagadas nas redes sociais e nos meios de comunicação, nos debates das casas legislativas como conceito de “eu estou certo e você errado”. Ou seja, está nociva, podendo se comparar a uma partida de futebol, uma final clássica do Palmeiras contra o Corinthians disputando o titulo do “Brasileirão”, no qual as duas torcidas não podem ocupar o mesmo estádio.

Diálogo e respeito nesse campo não existem, o que inviabiliza o processo democrático pluralista e impõe a premissa opressora da disseminação do ódio, na qual quem pensa diferente de você nesse campo se torna inimigo mortal. Um bom termômetro são as redes sociais, quantas amizades foram desfeitas, até mesmo na própria família? Quantos processos jurídicos tiveram início a partir das agressões em redes sociais, quando se debate política?

Muitos brasileiros se esquecem de que, dos mais de 30 partidos políticos existentes e outras dezenas em processo de criação, a minoria se classifica como de extrema direita ou extrema esquerda. Este é o caminho a meu ver, o diálogo, pois a maioria dos partidos é de centro, centro-esquerda ou centro-direita.

O eleitor vota no partido ou no candidato?

Na verdade, ele desconhece. O eleitor vota por “osmose”, o “tanto faz” e só comparece no colégio eleitoral porque é obrigatório.

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