Dialogar com a criança e a mãe gera sensação de conforto, diz psicóloga

Gabriel Rodrigues

 

Em janeiro, a vida da empresária Sabryna Santos mudou. Casada há nove anos com o fotógrafo Felipe Boca, ela descobriu que seria mãe. A partir daí, começaram muitos preparativos para a chegada do bebê, que foram desde os cuidados com a alimentação e rotina, até a montagem do quarto do primogênito. 

– Descobri que seria mãe no fim de janeiro. Foi uma emoção muito grande. Estávamos pensando em ter um bebê, mas, como eu havia feito uma cirurgia para a retirada do ovário direito, não achei que seria tão rápido, pois engravidei em dezembro de 2019 – conta a mamãe de primeira viagem. 

E, com o passar dos meses e o desenvolvimento da gestação, Sabryna descobriu que seria mãe do Francisco, um momento de muita alegria. No meio de toda essa descontração, a notícia da pandemia da covid-19.  

– Em março, exatamente no dia do meu aniversário, veio a notícia da pandemia. Foi um susto. Eu não tenho problemas em ficar em casa, mas às vezes dá um pouco de fobia – relata a empresária, que tinha uma rotina tranquila, mas, devido à pandemia, adaptou seu negócio com a implantação de um canal delivery, o que tem feito o dia ficar mais movimentado. 

Mas, para Sabryna, mesmo em casa e com a impossibilidade de estar reunida com toda a família, este é um momento especial para a chegada do bebê e também para uma vida nova que a espera.  

— A expectativa é sempre pensar em dias melhores, porém acho que as coisas vão demorar a chegar no lugar e nada vai ser como antes. Tenho aprendido muito nesta quarentena, a renunciar muita coisa, como fazer o chá de fraldas, almoçar no Dia das Mães com a família reunida para curtirmos o barrigão. Não é fácil. Mas vai passar — afirma. 

 

Cuidar-se

 

Assim como Sabryna, muitas gestantes precisam ficar em casa nesse período de isolamento social, uma vez que elas compõem o grupo de risco estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). E, neste período, o cuidado e o carinho com as futuras mamães é essencial, comenta a especialista em saúde mental e professora universitária Karla Patrícia. Ela reforça que este apoio às gestantes traz conforto e segurança. 

— É extremamente importante que a gestante procure cuidar da sua saúde mental neste período e que tenha o apoio do marido/companheiro e familiares para auxiliar essa futura mãe a ter maior sensação de acolhimento e segurança — explica.

A profissional ainda aconselha que as gestantes procurem desenvolver atividades de qualidade de vida e bem-estar e evitem utilizar medicamentos para ansiedade, fazendo uso somente em casos de recomendação médica. 

— Hoje temos acesso a muitas atividades para o corpo e para mente disponíveis on-line. Desenvolver atividades, nutrir pensamentos positivos, dialogar com a criança gera sensação de conforto para a criança e para mãe — finaliza.

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