Dia dos Pais: o papel do homem mudou?

Ajudar nas tarefas domésticas, criação dos filhos e realizar funções que anteriormente eram para as mães também fazem parte do dia a dia dos pais

 

Gabriel Rodrigues 

Domingo é Dia dos Pais. A data é comemorada não só para realçar o papel do homem como provedor de uma família, mas para comemorar a evolução e a modernização do pai. Com o passar dos anos, o homem passou a não exercer apenas a função de custear os gastos da família, mas de educar e criar os filhos ao lado da esposa. Ele está mais presente na vida dos filhos e preenche com carinho e dedicação o papel fundamental de viver para fazer o outro feliz.  

De acordo com o professor doutor em psicologia Alexandre Simões, o pai moderno já não pode contar com um lugar, atitudes, modos de ser tão precisos como, anteriormente, a função paterna parecia ter. Ele acredita que vive-se atualmente uma certa instabilidade naquilo que antes parecia ser muito sólido e durável.  

– O chamado pai moderno, em uma sociedade globalizada, deve se inventar cotidianamente, realizando ações e ocupando posições que antes pareciam não ser muito da sua competência. Por exemplo, muito do que antes era exclusivamente reservado somente à figura feminina e, sobretudo, à mãe, também faz hoje parte do repertório paterno: os cuidados com os filhos, com sua saúde, higiene, educação, etc. Deste modo, um papel do pai moderno é exercer vários papéis, sobretudo o de lidar com o novo no mundo e junto aos filhos – explica o professor doutor.  

Ainda segundo Alexandre Simões, o homem que ainda crê em divisões muito rígidas e em funções muito separadas está fadado a não mais ter lugar no mundo ou, pelo menos, a se colocar cada vez mais fora dele.   

– Ele vive tal como se diz que "um peixe está fora d'água". A sociedade, o mercado, a mídia e o próprio laço-social desbussolaram o pai clássico, levando o pai atual a ter de navegar com novos mapas e nem sempre com mapas prévios e tão seguros – destaca.  

Sociedade 

O professor doutor Alexandre Simões acredita que a sociedade já percebe e valoriza a mudança do papel do pai.  

– Se formos a uma praça ou a festividade, torna-se comum vermos pais carregando seus filhos e tendo de ocupar uma situação nova, uma vez que não há mais muito espaço para aquele olhar disciplinador que, uma vez direcionado ao filho ou à filha, sem muitas palavras, já dizia tudo o que era cabível naquela situação. Pelo contrário, a própria figura de autoridade passa por transformações em nossa sociedade. Não haveria como o pai, não passar por deslocamentos e ter de saber lidar com um campo não só de normas e legalidades tradicionais, mas de afetos e de diálogos – finaliza. 

 

 

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